Com o custo da energia elétrica cada vez mais alto, os produtores rurais buscam alternativas para reduzir as despesas com energia nas atividades agropecuárias. Embora o Brasil esteja atrasado na comparação com outros países quando o assunto é energia renovável, algumas regiões estão avançando rapidamente nesse segmento.
Em Goiás, por exemplo, são aproximadamente 270 projetos de pequenas usinas de energia solar na área rural, de acordo com Luiz Carlos Figueiredo, produtor rural e presidente da Associação dos Irrigantes do Estado de Goiás (Irrigo). “Nós temos uma potencialidade muito grande de produzir energia solar. As energias alternativas estão hoje bastante difundidas e estão mais baratas do que produzir energia hidrelétrica”, diz Figueiredo.
Na Fazenda Figueiredo, em Cristalina (GO), ele investiu em uma usina solar fotovoltaica flutuante há um ano. “A usina fotovoltaica está funcionando e é um projeto que a gente quer acompanhar daqui para frente e ver o custo-benefício”, diz o produtor. A energia gerada pelas placas fotovoltaicas ainda não atende toda a demanda da fazenda, mas já está sendo usada para atender as necessidades da produção de leite da propriedade.
Usina flutuante
Essa foi a primeira usina fotovoltaica flutuante instalada no Brasil. O projeto foi instalado em cima de um lago que é usado para a captação da água da chuva. “Eu vi isso como uma necessidade para fazer economia e vi que era um bom negócio. Temos um clima fantástico para produzir energia voltaica em qualquer lugar do Brasil. ” Ele conta que a energia solar fotovoltaica alimenta o sistema de ordenha, a fábrica de ração e para o conforto dos animais. “O conforto é muito importante e dependemos da energia elétrica para ligar os ventiladores”, conta Figueiredo. Com um rebanho de 2 mil animais e 900 vacas em lactação, a produção de leite é de aproximadamente 30 mil litros por dia.
Instalação do projeto
O produtor rural conta que a ideia foi começar com um projeto piloto e evoluir nos próximos anos. Atualmente, a produção está estimada em 50 megawatts-hora/mês (MWh/mês). De acordo com Figueiredo, a instalação da usina foi rápida e, dependendo da área, uma usina desse porte pode ser instalada em até três meses. “Estamos otimistas para migrar para irrigação”, diz Figueiredo. “Mas quando a gente irriga o custo é muito alto. Se nós produzirmos energia não vamos ter adicional vermelho e imposto.”
O investimento na produção de energia solar passou de R$ 2 milhões. A projeção é de que o valor seja recuperado em sete anos. “É interessante porque a usina tem uma vida útil de mais de 25 anos, então passados os sete anos, nós próximos teremos energia a custo zero”, diz o produtor. Pela experiência como presidente da Irrigo, ele acredita que o uso de energia solar deve avançar no Brasil nos próximos anos. “O produtor quer produzir energia elétrica para consumo próprio”, conta Figueiredo.
Texto e foto: Naiara Araújo, Farming