A resistência dos pecuaristas em entregar os animais terminados para o JBS deu às outras indústrias a oportunidade de alongar as programações de abate, mesmo ofertando preços menores.
Desde a divulgação da delação da diretoria do JBS, no dia 17 de maio, os preços cederam 3,3% em oito dias, considerando a referência em Araçatuba-SP. O cenário de baixa foi registrado na maioria das regiões pesquisadas pela Scot Consultoria.
Vale ressaltar que o momento, segunda quinzena do mês, já impõe uma pressão de baixa no mercado, devido à menor demanda. Entretanto, é evidente o impacto que estes acontecimentos causaram no mercado do boi gordo.
Na última sexta-feira (26), o volume de negócios reduzido refletiu a menor necessidade das empresas em adquirir matéria-prima. Com as escalas de abate alongadas e o lento escoamento da produção, não há razão para intensificar as compras.
A desova de final da safra é mais um fator baixista no mercado, mas a entrada do próximo mês pode trazer uma melhora na demanda e limitar as desvalorizações no mercado do boi gordo.
Para os pecuaristas goianos, o valor pago atualmente preocupa o setor. Já são mais de R$ 14,00/@ de diferencial de base com o preço de São Paulo. O valor histórico deste diferencial de base gira em torno de R$7,00/@. “Isso motivou a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) a buscar junto à Secretaria da Fazenda (Sefaz), alternativa para minimizar os prejuízos dos pecuaristas, solicitando uma redução da alíquota de ICMS, nas operações de venda de bovinos entre estados”, comenta o gerente de Estudos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Novaes.
Fonte: Faeg, com informações da Scot Consultoria
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