Até o ano de 2020, a região Centro-Oeste do país precisará de investimentos na ordem de R$ 36,4 bilhões em infraestrutura e logística para garantir eficiência e competitividade no transporte de cargas. O investimento ideal seria de R$ 159 bilhões.
O dado foi divulgado na manhã desta terça-feira (29/10), em Brasília, durante a apresentação dos resultados finais do Projeto Centro-Oeste Competitivo, coordenado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Confederação Nacional da Indústria (CNI) e federações da indústria e de agricultura de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Segundo o estudo, o setor produtivo da região gasta, atualmente, R$ 31,6 bilhões por ano com o transporte de cargas. Essa quantia representa 8,7% do Produto Interno Bruto (PIB) do Centro-Oeste.
O estudo também revela que, caso não haja fortes investimentos em infraestrutura e logística na região, em 2020 esse custo com transportes subirá para R$ 60,9 bilhões por ano. Porém, se houver a execução de projetos prioritários para que o Centro-Oeste tenha uma malha logística eficiente, a economia anual será de R$ 7,2 bilhões.
De acordo com o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, o objetivo das entidades em realizar o projeto é integrar física e economicamente os Estados do Centro-Oeste entre si e integrá-los aos demais estados brasileiros, além de fazer com que os sistemas logísticos se tornem competitivos.
“É o primeiro passo, para que no futuro, a gente possa trabalhar o conceito de eixo integrado de desenvolvimento. Começamos pela logística modal agora, mas teremos que pensar em estrutura energética, telemática e capacitação de mão de obra. Esses são os pilares que garantirão a competitividade e o desenvolvimento de Goiás, da região e do país”, afirmou José Mário.
Para a presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), senadora Kátia Abreu, as deficiências em infraestrutura e logística no Centro-Oeste e, em todo o restante do país, têm feito com que o Brasil perca parceiros comerciais e deixe de explorar todo o seu potencial econômico.
E, defende que o setor privado deve apoiar iniciativas do Governo Federal como o projeto de concessões de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. “Apoiamos o projeto pensando no sucesso econômico do Brasil”. Porém, defende que se a matriz de transportes brasileira continuar priorizando rodovias, fará com que o Brasil não alcance o posto de maior produtor mundial de grãos.
O próximo passo das entidades é, com o estudo em mãos, apresentá-lo ao Governo Federal e pedir apoio para que os projetos prioritários, listados no estudo, sejam executados. “Das 106 obras essenciais para a região Centro-Oeste, apenas 19 estão em andamento. Queremos incluir essas obras no PAC e nos programas do Ministério dos Transportes”, disse o presidente da CNI, Robson Braga de Andrade.