A queda do consumo de combustíveis no mundo, devido às medidas de isolamento em diversos países em razão da pandemia, acende um sinal de alerta para o setor sucroenergético brasileiro, segundo o Coordenador Técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás, Alexandro Santos.
O coordenador lembra que o setor produz, além do etanol, açúcar, energia elétrica e outros produtos químicos. “Neste momento de baixo consumo, parte da produção processada vai para estoque, demandando capital para suportar as despesas com funcionários, insumos, fornecedores e parceiros”, disse.
Alexandro destaca que, com menor consumo e maior estoque, todo setor perde, pois, a safra programada para início do mês de abril, está lenta porque os tanques de armazenamento das usinas estão abarrotados. “Muitas unidades industriais protelaram a colheita por falta de lugar para armazenar, já que o estoque de dezembro de 2019 a março deste ano não foi consumido como o esperado em razão da pandemia e isolamento social”, pontua Santos.
Alexandro finaliza esclarecendo que para o produtor rural e fornecedor de cana de açúcar os reflexos podem comprometer investimentos e fluxo de caixa, promovendo retração nos investimentos também no campo. “Muitos produtores colocaram o pé no freio e alguns já pensam em nem promover tratos culturais básicos nos canaviais como a adubação por não saberem o que será no futuro e isso culminará em reflexos negativos para a próxima safra”, pondera Alexandro.
Outra preocupação é com a redução do preço da matéria-prima. Estudo da Federação nacional dos plantadores de cana-de-açúcar aponta redução de mais de 16% no valor da cana.
A Faeg trabalha em busca de soluções e meios para incentivar o consumo do etanol nos veículos do estado de Goiás a fim de evitar uma crise ainda maior no setor que, além da produção de energia limpa, é um segmento que emprega milhares de pessoas no estado. “São mais de 100 mil empregos diretos e outros 300 mil indiretos” numera Alexandro.
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Fonte: Ifag