Os debates sobre exportações, reforma tributária, alimentos artesanais e tradicionais e Agronordeste marcaram a programação do Agro pelo Brasil, que encerrou o primeiro dia com o projeto cultural Talentos da Nossa Terra, que mostra o talento de artistas regionais.
No debate “Produtor, Exportar é Possível”, a superintendente de Relações Internacionais da CNA, Lígia Dutra, destacou o potencial do Brasil para ampliar as vendas externas de produtos do agro e falou sobre ações do projeto Agro.BR, uma parceria entre a entidade e a Apex-Brasil com foco na internacionalização e na promoção comercial para estimular a inserção de pequenos e médios produtores no mercado externo.
“O Brasil vem batendo recordes e mostrando que é um parceiro confiável. Tivemos um superávit de mais de US$ 60 bilhões neste ano. Já exportamos muito, mas podemos exportar muito mais”, disse ela.
A conversa também contou com a participação do consultor do projeto Agro.BR na Bahia, Roberto Vianna, do coordenador técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (IFAG), Alexandro Alves dos Santos, e da consultora do escritório da CNA em Xangai, Camilla Chen, que responderam diversas perguntas dos participantes.
Outro assunto tratado no Agro pelo Brasil foi a reforma tributária. O coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon, avaliou as três principais propostas em análise no Congresso Nacional: PEC 45/2019, PEC 110/2019 e o PL nº 3887/2020. Para ele, todas elas trarão impactos negativos para o agro, como aumento da carga tributária, custos de produção mais elevados e queda na rentabilidade.
“Muitas cadeias do agro, sobretudo as pequenas, ficarão inviabilizadas. Outro problema grave será o fim da desoneração da cesta básica, que vai elevar os preços dos produtos alimentícios para a população. Queremos uma reforma tributária que simplifique e não aumente a carga tributária do setor”, afirmou Renato.
Artesanais - Os alimentos artesanais e tradicionais também estiveram em pauta. A assessora técnica da CNA, Marina Zimmermann, o coordenador de Produção Artesanal do Ministério da Agricultura, Rodrigo Lopes, e a supervisora de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Goiás, Luciana dos Reis Valadão, falaram sobre as benefícios que esses produtos podem trazer para os produtores rurais e explicaram os critérios para participação dos produtores no Selo Arte, iniciativa que chancela a qualidade dos produtos de origem animal produzidos artesanalmente.
O último assunto do dia foi o programa Agronordeste, plano de ação do Governo Federal que pretende apoiar pequenos e médios produtores a ampliarem a produção e obterem mais renda nos estados do Nordeste e no Norte de Minas Gerais. O Senar será o responsável por aumentar a cobertura de ATeG nessa região.
A diretora de ATeG do Senar, Andréa Barbosa, e o coordenador do Agronordeste na Bahia, Luiz Sande, analisaram o andamento das ações e os desafios para cumprir as metas estabelecidas até 2021. Mais de 10 mil propriedades, das 25.200 previstas, já estão em atendimento.
“Queremos mudar a realidade desses produtores rurais. Para isso, precisamos focar na questão gerencial. A ATeG é um processo gradual e educativo para transformar a propriedade em uma empresa lucrativa. Sem renda não há qualidade de vida”, declarou Andréa Barbosa.