Cristiano Palavro
Os produtores de Goiás já caminham para o final do plantio da safra de verão, mas após um período com poucas chuvas a fase de semeadura deve se encerrar com atrasos. Diante dos possíveis impactos, a Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) alerta para o fato de que nesta última semana de novembro o estado se aproxima dos 90% do plantio de verão concluído, sendo a janela ideal para soja até o final do mês.
Os levantamentos apontam para um pequeno crescimento da área da oleaginosa em Goiás, de cerca de 3,0%, chegando aos 3,2 milhões de hectares.
Autorizados a plantar no início de outubro, após o período de vazio sanitário, os produtores de soja foram obrigados a esperar melhores condições climáticas, já que nos últimas dias do mês eles obtiveram volumes insatisfatórios de chuvas. Apesar dos atrasos gerados, a maior parte do plantio ainda deve ficar dentro do período ideal, o que pode não afetar diretamente a produtividade média da soja em Goiás.
O maior impacto pode ocorrer na safrinha, pois a maior parte da colheita de verão será realizada mais tardiamente, estreitando o período de plantio do milho.
Sudoeste preocupante
A região sudoeste do estado registrou os maiores atrasos no plantio este ano, e como nela se concentram 85% da safrinha goiana de milho, já surgem incertezas quanto a área a ser plantada após a soja.
Em Rio Verde os produtores já esperam uma redução entre 5 e 10% da área total cultivada de milho safrinha no município. Em Jataí, a área plantada não deve diminuir, mas os investimentos em sementes e outros insumos serão menor, visando diminuir os riscos. Estes fatores geram expectativas de uma redução na produção de milho em 2015.
Ainda podemos esperar alterações nestas estimativas para a segunda safra de milho deste ano, pois os fatores climáticos e mercadológicos ainda vão afetar a tomada de decisão dos produtores rurais.
Os preços do milho tiveram uma boa recuperação nas últimas semanas, com um aumento de 15% valores comercializados atualmente, em relação ao final do mês de outubro. Essa elevação pode estimular um avanço na área plantada de milho, mesmo em épocas de maior risco climático, aumentando ainda mais as incertezas sobre o que ocorrerá na safrinha goiana de 2015.