Laryssa Carvalho
A contaminação de bovinos pelo vírus da raiva tem causado alerta em entidades ligadas a agropecuária goiana. Tanto a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), quanto a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), tem tomado medidas a fim de conscientizar os pecuaristas do estado. No mês de julho, em Bela vista de Goiás, foram confirmados dois casos de raiva bovina. Apesar do município não ter sido considerado uma zona de alto risco para a propagação do vírus, a fazenda Larga, localizada na cidade, sofreu com a doença.
De acordo com o proprietário, Arístides Cabral, não foi possível identificar que a causa da lentidão do animal e a dificuldade de alimentação eram sintomas do vírus do gênero Lyssavirus - causador da raiva bovina. “Eu percebi que algo estava errado, ele não estava andando direito, não tinha noção do caminhar e principalmente estava com dificuldades de alimentação”, observou Cabral.
Alerta
Da Agrodefesa, o coordenador estadual do programa de controle da raiva dos herbívoros, Leonardo Guimaraes, destaca os critérios determinantes para tornar a vacina obrigatória em certas regiões do estado. “São, ao todo, três critérios determinantes: a receptividade, que consiste na capacidade do ambiente em receber o vírus, a vulnerabilidade, ou seja, a probabilidade desse transmissor ser contaminado e por último o critério estipulado pela própria Agrodefesa, que seria investir na prevenção da doença”, explica Leonardo.
Ainda sobre os casos confirmados em Bela Vista de Goiás, o coordenador explica quais são as medidas corretas que devem ser tomadas assim que qualquer animal da propriedade apresentar um comportamento atípico. “O produtor que perceber algo errado com qualquer animal de sua propriedade deve imediatamente entrar em contato com a Agrodefesa”, ressalta.
O coordenador esclarece também dúvidas geradas a partir do contato com a entidade. “O produtor tem certo receio acreditando que a visita gera custos. Na verdade, não é cobrado ao produtor taxa alguma, e caso seja detectado algum foco da doença, toda assistência ao produtor, desde as visitas até a vacinação que consiste em cinco doses não é cobrado nenhum valor. Tudo é realizado gratuitamente ao produtor”, expõe Leonardo.
A partir de 2005, as áreas com focos confirmados da doença foram consideradas zonas de riscos, por esse motivo e com o objetivo de conter a propagação do vírus, a vacinação passou a ser obrigatória.
Ações
Ainda sobre os focos da doença, a assessora técnica da Faeg, para a área de pecuária de corte, Christiane Rossi, destaca que a melhor forma de conter os focos além da obrigatoriedade da vacinação, é investir em medidas profiláticas. “O que nós da Federação e Senar Goiás temos reforçado é quanto a orientação ao produtor rural. É muito mais rentável ao produtor que vacine seu gado e assim previna a doença. Em certas enfermidades, a morte ou os cuidados com o gado doente, gera custos maiores e ainda pode contaminar pessoas e outros animais”, orienta Rossi.
Em busca de conter a doença que assusta produtores e pecuaristas, Christiane destaca que acomodar-se é um dos principais riscos para o método eficaz de prevenção. “O risco maior além da doença em si, é o fato do produtor deixar de vacinar seu rebanho, pelo fato de não ter mais notícias das doenças ameaçando seu estado ou região. Com sanidade, a guarda é constante. Então é necessário insistir que as principais medidas sejam as profiláticas para resguardar o produtor e sua produção”, ressalta a assessora.
A Faeg, Senar e Sindicatos Rurais também seguem apoiando a realização de palestras pela Agrodefesa, para orientações específicas. No último dia 26, reuniram mais de 200 produtores em Bela Vista de Goiás.