A Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), enviou um pedido de informações aos 127 sindicatos rurais do estado para que eles ajudem na captação dos dados. A intenção é que os produtores relatem a presença dos animais e os prejuízos financeiros causados pela população de javalis. Aqui em Goiás existem registros da destruição de grande parte das plantações em vários municípios como Silvânia, Cristalina e Rio Verde.
“Precisamos desses dados para compor a base de informações e elaborar propostas de ações para o controle efetivo desta espécie considerada exótica. Além da reprodução desordenada, prejuízos em plantações e destruição de nascentes, eles também são reservatórios de doenças virais, bacterianas e parasitas, podendo estar associado à brucelose, tuberculose, aftosa dentre outras. Daí vem a preocupação das instituições para conseguir o seu manejo e controle.”, explica Christiane Rossi, analista técnica do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag).
O mesmo levantamento deve ser feito nos estados que apresentam o problema. Tal demanda sobre os impactos dos ataques destes animais na produção agropecuária e as propostas para seu controle foram discutidos, na segunda (11), na primeira reunião do Núcleo de Execução de Espécies Exóticas Invasoras – Javali, da Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O objetivo do Núcleo Executivo é propor ações efetivas que alcancem todo o território nacional para prevenção, monitoramento da invasão de javalis para reduzir os efeitos destrutivos nas lavouras e nos rebanhos. Outro ponto está relacionado ao controle sanitário, porque os animais são vetores de zoonoses e doenças controladas na cadeia da pecuária.
De acordo com o coordenador de sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias, os danos nas propriedades estão avançando no País. “O javali é uma ameaça porque se trata de uma espécie exótica invasora que já está causando prejuízos econômicos e sociais, passando também pela questão da segurança do proprietário rural. Trata-se de um animal muito agressivo e que se multiplica rapidamente”, afirmou.
“A maior incidência de javalis ocorre nos estados do Centro-Oeste, Sul e Sudeste, mas já há registros desses animais em todas as regiões. É um problema que abrange todo o país e que precisa ser combatido com ações de detecção precoce e controle para não colocar em risco a agropecuária”, destaca.
Ananias apresentou as principais linhas de atuação do Plano Javali, elaborado pelo Ministério da Agricultura e pelo Ministério do Meio Ambiente. Na reunião, o consultor de Meio Ambiente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), Gilmar Ogawa, apresentou a experiência da federação para combater o problema. “Em São Paulo, existem casos registrados de produtores rurais que perderam 100% da lavoura por causa dos ataques dos javalis”, destacou.
“Para minimizar os danos, criamos um manual de orientação para o controle populacional do javali e desenvolvemos um curso, por meio do Senar, para ajudar os produtores quanto aos procedimentos para o manejo do javali”, declarou Ogawa.
Alerta
Produtores que tiverem algum relato sobre presença de javalis em sua propriedade, bem como possíveis prejuízos causados por estes animais, entrar em contato com o Sindicato Rural ou com o Ifag no telefone: 3241-5252.
Informações: CNA e Ifag
Comunicação Sistema Faeg/ Senar.