O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) José Mário Schreiner, diretores e técnicos se reuniram, na tarde desta quinta-feira (11) com cerca de 20 representantes das empresas responsáveis pela aviação agrícola no Estado. O objetivo era discutir o projeto de lei que tramita na Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) e visa proibir a atuação da aviação agrícola em Goiás.
O projeto é de autoria do deputado estadual Mauro Rubem (PT) e foi apresentado à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) logo após o incidente no município de Paraúna (GO), no qual uma escola foi atingida por agrotóxicos liberados por um destes aviões. Na mesma época da apresentação do projeto de lei, entretanto, o estado do Paraná já rejeitava projeto semelhante, situação que se repetiu no Piauí.
Para analisar de forma mais profunda a situação, a Faeg elaborou um parecer técnico/jurídico e concluiu que o uso da aviação é viável e os malefícios explicitados no projeto de lei não condizem com a realidade. Esta técnica é usada há mais de 65 anos e o pedido dos empresários é que este caso seja analisado apenas como um caso isolado, sem generalização. A Faeg defende que a lei não seja modificada, mas que a fiscalização seja cumprida de forma mais efetiva.
“Queremos trabalhar em sincronia de interesses e eu tenho certeza de que a aviação agrícola é fundamental. Eu não poderia tomar decisões isoladas, individuais. Por isso, chamei todos aqui. Esta análise, assim como as decisões a serem tomadas é algo que temos que fazer em conjunto”, afirmou o presidente José Mário.
Importância e viabilidade
A utilização de aviões para pulverização de defensivos apresenta vários benefícios em relação ao uso de pulverizadores terrestres. Entre as principais vantagens estão a uniformidade, redução nos custos, redução no tempo de aplicação e melhor aproveitamento das condições climáticas.
“Outro fator importante é o fato de o avião não encostar-se à lavoura a ser aplicada, diminuindo as perdas por “pisoteamento de máquinas” e evitando o transporte de doenças e pragas para outros locais, que ao infestarem outras lavouras, exigiriam maior número de aplicação de produtos químicos. Para algumas culturas como o milho, por exemplo, a utilização de equipamentos terrestres fica inviável após as plantas atingirem um maior porte, sendo a aplicação realizada geralmente com aviões agrícolas”, explica Cristiano.
“Fazendo um cálculo simples, numa lavoura de soja com produtividade de 50 sacas por hectare, utilizando a cotação atual do grão (R$55,00), as perdas pela utilização de aplicação terrestre seriam de R$82,50 por hectare, pela destruição das plantas no “rastro” de pulverização”, completa o técnico.
Eficiência
Enquanto um avião agrícola cobre uma área de até 1.200 hectares em um dia, um pulverizador terrestre atingiria uma área máxima de 150 hectares diários, em condições favoráveis para ambos. Outro fator importante é que na aplicação terrestre, o uso médio de água é de 100 litros de água por hectare pulverizado, contra os 15 litros por hectare da aplicação aérea, garantindo assim uma maior economia de recursos naturais.
Problemas gerais
Assinado pelos técnicos Cristiano Palavro e Augusto César de Andrade, o parecer afirma que, do ponto de vista técnico, sem o devido acompanhamento por profissional da área todos os meios de aplicação de produtos químicos utilizados atualmente apresentam riscos. Por este fato é necessário o cumprimento e fiscalização da legislação vigente sobre a utilização destes produtos, garantindo assim o uso de boas práticas no campo que eliminem os riscos oferecidos pela atividade. E isso, não diz respeito apenas ao uso de aviação, mas de toda forma de atuação.
Presentes
Também participaram do debate, o vice-presidente do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Ruy Alberto Textor; Gerente de Estudos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Novaes; vice-presidente administrativo Eurípedes Bassamurfo; vice-presidente institucional, Bartolomeu Braz e o consultor técnico do Sistema Faeg/Senar para a área de cereais, fibras e oleaginosas, Cristiano Palavro.
Foto: Mendel Cortizo