Douglas Freitas
Em busca de uma maior transparência na publicação dos preços reais de leite praticados no mercado goiano, e de soluções conjuntas para os principais gargalos relacionados ao setor lácteo, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), juntamente com o Sindicato das Indústrias de Laticínios do Estado de Goiás (Sindleite) e produtores dos quatro cantos do estado, retoma as discussões relacionadas à criação do Conseleite, uma associação civil que reúne, de forma paritária, produtores de leite de Goiás e as indústrias de laticínios que processam a matéria-prima.
Desde o ano de 1998 a Federação tenta implantar em Goiás um conselho para a área do leite, com base nas delimitações do Conseleite do estado do Paraná, porém, naquele período, as indústrias goianas não se mostraram favoráveis à criação. Como a manutenção do conselho requeria um custo mensal, o gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Alves, explica que na época a Federação chegou a oferecer o pagamento de parte desse valor e o restante ficaria a cargo das indústrias, mas nada foi acertado e o diálogo acabou estagnado.
Com a retomada das discussões, o futuro Conseleite de Goiás seguirá, como supracitado, boa parte das configurações do Conselho do Paraná. Sob essa perspectiva, utilizará uma metodologia de cálculo desenvolvida pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), sendo que a nível goiano poderá ser executada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) ou pela Universidade Federal de Goiás (UGF). “Enfim por uma instituição de ensino superior que possa dar credibilidade ao cálculo e garantir essa transparência na questão dos preços do leite em Goiás”, aponta Edson Alves.
Para o lado dos produtores, o gerente de Assuntos Técnicos comenta que a ferramenta será capaz de garantir acesso a moldes técnicos e econômicos que influenciarão positivamente na produção e comercialização do leite. Edson informa que “tudo isso, aliado ao bom planejamento das ações, permitirá que os produtores mantenham uma negociação saudável com as indústrias, bem como uma justa remuneração para a produção”.
Dessa nova tentativa atual de criação, Edson Alves comenta que este é um grande passo que o setor lácteo poderá dar. Além disso, demonstra que agora, mais do que nunca, a Federação está aberta às discussões relacionadas à implantação. “Nesses momentos de crise temos que ser criativos e inteligentes para buscar alternativas capazes de superar certos problemas oriundos desse momento. E o Conseleite é uma metodologia inteligente, com o qual poderemos ter parâmetros reais dos preços”, complementa o gerente de assuntos técnicos.