Murillo Soares
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, esteve presente nesta segunda-feira (25), em uma reunião com o governador de Goiás, Marconi Perillo, o vice-governador, José Eliton, o Secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Vilmar Rocha, o prefeito de Niquelândia, Luiz Teixeira, e membros da diretoria do Grupo Votorantim. Em pauta a busca de uma solução para o encerramento das atividades da empresa no município, anunciada na semana passada. Dentre outras ações discutidas, está um maior incentivo ao agronegócio na região.
De acordo com Tito Martins, presidente da Votorantim, a empresa deveria encerrar parte de suas atividades em fevereiro, deixando apenas o essencial em funcionamento. Logo mais, em maio, fecharia suas portas definitivamente. “A suspensão foi por fatores econômicos. O preço das commodities caiu, enquanto o custo cresceu”, explicou Tito. Segundo ele, vende-se o produto a cerca de 8 mil dólares a tonelada e os custos estão muito mais altos. “Além disso, cerca de 80% da indústria está debaixo d’água”, disse.
A solução da Votorantim é que apenas um número essencial de trabalhadores continue na empresa, algo em torno de 150 pessoas – estimativa que pode subir, segundo Tito. A ideia é que, caso o mercado, que é volátil, suba novamente, pode-se voltar ao pleno funcionamento. O Grupo também prontificou-se a continuar cumprindo seus compromissos sociais, sobretudo nas áreas ambientais e educacionais.
Solução vem do campo
Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Vilmar Rocha, braços do Sistema S, como o Sebrae, além de entidades de Fomento se juntarão para cobrir os compromissos trabalhistas da empresa. Além disso, deverão assessorar os trabalhadores, dando alternativas a eles, incentivando sua capacitação e buscando mitigar a situação do município. “A opção mais rápida em Niquelândia é o agronegócio”, afirmou Rocha.
Com a situação, o prefeito da cidade, Luiz Teixeira, mostrou-se aliviado. “Esta reunião amenizou o cenário. Os representantes da Votorantim nos deixaram mais seguros, principalmente na questão de que, caso o mercado melhore, eles retornarão a Niquelândia”, afirmou. De acordo com ele, a paralisação do Grupo gera um déficit na receita local, que afeta todos os setores. “Cai a arrecadação do município. E, com a queda de emprego, os cidadãos passam a gastar menos, o que gera uma baixa no comércio também”, finalizou.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, José Mário Schreiner, também aposta no agro como uma maneira de restabelecer Niquelândia, gerando emprego e renda. Ele afirmou que a Faeg vai oferecer cursos para os ex-funcionários da Votorantim, para qualificá-los para as atividades rurais. “Tenho certeza de que o setor agropecuário pode ajudar a diminuir o sentimento de perda do município”, disse. Ele ainda completou, afirmando que esta é a cidade com maior extensão territorial do estado e que tem um clima bom, suscetível ao trabalho no campo. “O município já é um bom produtor de soja, é uma potência na pecuária de leite e com certeza será das agroindústrias”, finalizou.