Catherine Moraes
A sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) foi palco, na noite desta segunda-feira (29) da abertura da XXVI Semana de Veterinária e V Semana de Zootecnia da Universidade Federal de Goiás (UFG). A solenidade contou com a presença do presidente Leonardo Ribeiro, do superintendente do Senar Goiás Eurípedes Bassamurfo, do vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz e do presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Benedito Dias, além de outras autoridades. No total, cerca de 200 estudantes estiveram presentes.
Primeiro a se pronunciar, Leonardo Ribeiro agradeceu aos participantes e começou comparando a atualidade ao seu período universitário. “Me formei em como engenheiro agrônomo nos anos 90 e o momento era bem diferente do atual. Hoje, o setor se descobre como mola da economia no país e vocês estão inseridos neste contexto. O mercado busca qualificação e vocês devem estar prontos para os desafios que vão enfrentar”, afirmou o presidente da Faeg.
Diretor da Escola de Veterinária e Zootecnia da UFG, Marcos Café agradeceu o apoio da Federação pelo terceiro ano consecutivo e falou da admiração que tem pela casa. “Nós acompanhamos o trabalho desempenhado pela Faeg e pelo Senar e sabemos que vocês renovam valores que não podemos perder. É o cuidado e o zelo com o homem do campo”, completou.
Relevância das discussões
Presidente do CRMV, Benedito Dias falou sobre a necessidade de a universidade formar profissionais líderes, capazes de tomar decisões. “O mercado hoje quer profissionais com capacidade de trabalhar em equipe, que sejam conscientes e tomem decisões. Vou citar um exemplo em que a carapuça serve para veterinários e produtores. Recentemente o uso de avermectina foi suspenso pelo simples motivo de que nós não seguimos o período de carência necessário. Os EUA verificaram que nossa carne bovina tinha quantidades acima do permitido. Este é um exemplo da necessidade de profissionais bem informados porque a inconsequência trouxe consequências danosas ao país”, pontuou.
Atuação do Senar Goiás
Superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo explicou aos alunos presentes o trabalho desenvolvido pelo Senar Goiás, que, apenas em 2013 realizou 4.846 ações envolvendo,
aproximadamente 97 mil pessoas. “Programas como o Pronatec e o EaD reforçam nossa missão de educar e aprimorar as pessoas do meio rural, contribuindo não só para a qualidade de vida, mas também para o desenvolvimento sustentável do país”, finalizou.
Sejam empreendedores
Consultor do Senar Goiás e da Faeg, Arthur Toledo foi o último palestrante da noite e falou sobre empreendedorismo. “Se houver uma seca, a loja de roupas não fecha. Se chover o supermercado não deixa de vender. Nós, do campo, estamos sujeitos a tudo isso e precisamos estar atentos. Apesar de todas as dificuldades, nós, brasileiros, temos a melhor agropecuária do mundo. Temos que ter orgulho do que fazemos”, afirmou.
Arthur também falou do potencial produtivo do Brasil, que possui 851 milhões de hectares. “Ainda temos 61% do território preservado e a produção de cana, por exemplo, só ocupa 1,1% do território nacional. Para se ter uma ideia, 80% do suco de laranja consumido no mundo é produzido no Brasil. Apesar disso, temos 76,86% das propriedades cujos proprietários estão nas classes D/E. É preciso refletir”, concluiu.
Visão otimista
Aluno do 6º período de Medicina Veterinária, Amador Rosa Neto elogiou o evento e falou sobra a importância de ter uma visão de mercado além da universidade. “Muitas vezes o que temos na faculdade é pessimista em relação à produção, ao nosso futuro. Os professores falam muito dos ambientalistas e da impossibilidade do Brasil crescer ainda mais. Aqui foi o contrário, senti que somos valorizados como profissionais e temos muito a alcançar, responsabilidades enormes. Eu sou filho de produtor rural e quero trabalhar com bovino de corte”, afirmou o graduando.