Produtor aposta na venda de polpas com a acompanhamento das técnicas de campo em fruticultura e agroindústria
O agricultor Amilton Rodrigues já foi produtor de leite em Petrolina de Goiás, mas viu a necessidade de ter uma segunda renda. O incentivo veio do sogro que sugeriu o plantio de uma lavoura de maracujás. Sem noção da cultura, ele comprou as mudas e começou o novo negócio. Porém, deu errado na primeira tentativa. “Eu fiz o plantio sem nenhum acompanhamento. Os pés de maracujá não se desenvolveram e eu insistindo. Nem parecia que eram maracujazeiros. Até que recebi a ligação da técnica de campo do Senar Goiás, Edina Rosa, perguntando se eu queria fazer parte de um grupo de produtores assistidos na área da fruticultura. Eu aceitei e combinamos a primeira visita. Quando ela viu tudo, disse que precisaríamos começar do zero. Eu topei. Arranquei todos os pés antigos. Arei a terra, fizemos análise do solo, tratamos e plantamos novas mudas”, relembra.
Depois de 11 meses, chegou a época da colheita, dessa vez com frutas boas. Mas começou outro tormento. O produtor pegou uma fase de preço ruim e encontrou apenas atravessadores dispostos a comprar os maracujás. Foi, então, que a esposa dele, Marineide Rodrigues, teve uma ideia. “Ela lembrou que nós conhecemos muita gente em Petrolina e sugeriu que fizéssemos polpas artesanais e vendêssemos na cidade. Deu certo e vendemos tudo. Mas era um custo produzir. Nosso liquidificador não era profissional, mas nos mantivemos firmes. Até que vimos a necessidade de termos outras variedades de frutas”, conta Amilton.
A técnica do Senar Goiás indicou a visita em uma propriedade assistida, em Nova Veneza. O casal, então, conheceu um vizinho que produzia acerola e comprou as frutas dele. Já no município de Campo Limpo, os dois conseguiram goiabas. Foram ainda em todos os conhecidos que tinham pés de caju, tamarindo, manga, além de buscar outras frutas, como abacaxi e morango nas Centrais de Abastecimento de Anápolis. Dessa forma, conseguiram oferecer seis sabores de polpa.
“Nós compramos um liquidificador profissional, uma despolpadora e uma envasadora semiautomática. Nosso grande apoiador, quando passamos a oferecer mais sabores, foi um amigo que é gerente em um supermercado de Petrolina. Só que ele disse que teríamos que profissionalizar o negócio, com rótulos, códigos de barras e emitir nota fiscal. Por isso, fomos orientados pela técnica de campo a nos inscrevermos no Sebraetec, um programa do Sebrae [Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas], em parceria com o Senar Goiás, que auxilia produtores assistidos a melhorar o negócio. Fomos contemplados com essa parte de rotulagem”, detalha Amilton.
Hoje, o negócio da família é exclusivamente o processamento de frutas. O trabalho é feito pelo Amilton, a esposa Marineide e o filho Kayke, de 18 anos. O casal tem mais duas filhas que moram em Anápolis, sendo que uma cursa Psicologia e outra Contabilidade. O custo da moradia, ou seja, o financiamento do apartamento comprado para que elas pudessem estudar, é mantido com a renda da venda das polpas.
“Nos dá muito orgulho manter nossos filhos, enxergando possibilidades de crescimento e trabalhando no campo. Agora, queremos ampliar mais esse mercado. Nós já temos Serviço de Inspeção Municipal (SIM) e agora começamos com uma nova assistência do Senar Goiás, voltada para a cadeia da Agroindústria", informa.
A técnica de Campo, Raquel Peixoto, é quem está auxiliando o produtor no projeto de um novo espaço, seguindo todas as especificações de normas sanitárias nacionais para que eles possam também ter a inscrição para vender as polpas para outros estados.
"Estamos muito animados. O empreendedorismo da minha esposa e todos os caminhos que o Senar Goiás nos apontou estão nos fazendo ter um percurso em busca de uma melhor renda com bem mais segurança. Esperamos ter nossos objetivos concluídos com as polpas, inspirar mais pessoas e gerar oportunidades de trabalho”, finaliza Amilton.
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Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag,