Catherine Moraes
Assuntos como falta de mão de obra, necessidade de investimento em pesquisa e assistência técnica foram pauta da reunião da Comissão de Fruticultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) desta semana. Os presentes aproveitaram para partilhar problemas e buscar soluções a curto e longo prazo. O encontro foi comandado pelo presidente da comissão, Wagner de Barros Filho e pelo técnico responsável pela área na federação, Alexandro Alves.
As maiores e mais constantes reclamações não só de fruticultores, mas do setor agropecuário de forma geral dizem respeito à falta de mão de obra e, principalmente, qualificada. Por esse motivo, Alexandro Alves falou sobre os cursos promovidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Goiás e explicou que são gratuitos. “Muitas vezes o que falta é o produtor procurar o Sindicato Rural do próprio município para demandar os cursos. São oferecidos de forma gratuita, mas carecem de demanda anterior”, completou.
Vice-presidente da Central de Associações de Pequenos Produtores Rurais de Luziânia (Caprul) de Luziânia, Jorge Meireles citou ainda outro “problema” enfrentado por quem decide viver da fruta: “Tudo tem seu lado positivo e negativo. Na fruticultura muitas vezes quando o trabalhador é qualificado ele começa a produzir para a própria família até expandir os negócios. Dessa forma, cresce a produção, mas faltam trabalhores”, afirmou Jorge.
Vice-presidente da Agrocitros, Raimundo Nonato Maia comparou ainda a produção de frutas com a de grãos, no quesito regularidade. “Dependendo do que se planta, não plantamos o ano todo, não temos frequência regular como grãos e, muitas vezes com produção não tão significativa, não conseguimos competir em salário com outros segmentos agropecuários”, pontuou.
Agrônomo e professor da Universidade Federal de Goiás, Alexsander Seleguini afirmou que a instituição está fazendo pesquisas em parceria com o Instituto Agronômico de São Paulo (IAC/SP) e, em alguns casos, com a Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater). Apesar disso, ele afirma que, muitas vezes as verbas não são aprovadas em editais. “Fizemos, por exemplo, inscrição de duas pesquisas em editais: uma sobre caqui e outra sobre soja. A de soja foi aprovada e acho que isso se dá, principalmente pela importância econômica da produção. Ainda assim, continuamos tentando”, acrescentou.
Presidente da Comissão, Wagner pontou também que, muitas vezes, os resultados de pesquisas não chegam na mesma velocidade que as necessidades de produção, sem desmerecer sua necessidade. “Algumas demandas são atendidas a longo prazo e não há outra forma. O que podemos fazer para auxiliar é descobrir exatamente o que o produtor precisa para, então, buscarmos parceiros que possam nos ajudar de forma imediatista quando isso for necessário”, finalizou.