Apostar na genética e principalmente na gestão da propriedade podem ser boas saídas para uma pecuária moderna e competitiva. A observação foi feita por especialistas neste sábado (25), no penúltimo dia da Expopec 2017 – Exposição das tecnologias voltadas ao desenvolvimento da pecuária, em Porangatu (GO). A exposição encerra no domingo (25), com palestras e temas que envolvem direta e indiretamente a pecuária goiana.
Com a palestra ‘Eficiência na produção de alimentos da bovinocultura de corte brasileira: a genética como insumo’, o superintendente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Luiz Antonio Josahkian, falou aos pecuaristas presentes no evento a importância de otimizar o sistema de produção e buscar a eficiência e o aumento de produtividade, usando menos recursos e uma área cada vez menor. “Quando se fala de pecuária, principalmente de raças zebuínas, a otimização genética tem sido o caminho para ampliar a produtividade e melhorar o rendimento do animal, mas sem esquecer sanidade e nutrição”, destacou.
Em se tratando de avanços, no que diz respeito a genética, Josahkian observou que é preciso dividir o uso da ferramenta no melhoramento clássico e tradicional, tanto das espécies vegetais quanto animais, e na questão da genômica – outra opção que está sendo incorporada. “No melhoramento genético clássico, diria que o principal avanço foi a consolidação do estudo do melhoramento genético no campo. Hoje, todas as raças, efetivamente, passaram a ter programas com escopo amplo que permitem estimar os valores genéticos dos animais”, explicou.
Segundo ele, os criadores passaram a incorporar esses conceitos na sua prática de seleção. “Isso passou a ser uma rotina e faz parte hoje da vida do produtor, que é olhar para essa produção cientifica e para esses valores na hora de escolher seu próximo reprodutor e no momento de descartar o rebanho”.
Para Josahkian o desafio hoje do produtor é produzir mais, usando menos recursos. O que não foge da otimização da genética. “O outro lado é a questão de uma melhoria da cultura geral, das formas de comunicação, da facilidade de acesso, da reorganização do mercado por meio de centrais de inseminação, além de leilões mais tecnificados. Isso tudo faz com que o criador, desde o pequeno até o grande, comece a ouvir falar, passe a discutir o assunto e incorpore em sua propriedade”, ratificou o superintendente da ABCZ, Luiz Antonio Josahkian.
Fazer gestão
Já o segundo palestrante deste sábado (25), Antônio Chaker, consultor técnico do Instituto Terra Métricas Agropecuárias, destacou o tema ‘A verdadeira gestão: conta sofisticada ou ‘arroz com feijão?’ De acordo com Chaker, o pecuarista precisa ter controle financeiro e econômico da sua propriedade, além de trabalhar com uma gestão eficiente. “Fazer gestão é ser bom de número e de gente. O pecuarista precisa aprender a administrar o negócio de maneira certa. Os resultados serão outros e breves”, disse.
Expopec 2017
O objetivo do evento é divulgar as tecnologias voltadas ao aprimoramento da produção de carne bovina, ovina e suína no Centro-Oeste, além de discutir e apresentar o que há de mais novo no mercado nacional e internacional. A exposição terá em sua programação palestras, demonstrações e oficinas, feiras de touros, espaço para negócios, exposição de animais, shopping de cavalos, visitas técnicas, vitrine da carne, leilão, festival gastronômico e outras atividades.
Durante os quatro dias de evento, quem comparecer ao município de Porangatu poderá participar de discussões e sugestões de políticas públicas para a cadeia produtiva da carne - mercados bovinos, suínos e ovinos/carneiros -, palestras com renomados especialistas, pesquisadores, técnicos e consultores do mercado, além de lançamento e demonstração de novos produtos, equipamentos e serviços. A realização é da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), do Sindicato Rural de Porangatu e do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag).
Texto: Nayara Pereira
Fotos: Larissa Melo