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Goiás deve se consolidar como segundo maior produtor de cana, atrás apenas de São Paulo

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Há mais de 14 anos como produtor rural, Gustavo Rattes, de 51 anos, divide o tempo de trabalho entre as mais de 10 propriedades com plantação de cana-de-açúcar que possui, principalmente em Paraúna, a 156 quilômetros de Goiânia. “Estou feliz com a produtividade das fazendas, mesmo com as chuvas. Todos acreditam que a safra será produtiva e, agora, estou aguardando para ver se as vendas conseguem cobrir os gastos da produção”, destaca ele, que também é presidente da Organização de Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana).

Já na Fazenda Campanha Campo Grande, a 20 quilômetros de Inaciolândia, na divisa com Minas Gerais, a produtora rural Daniela Rezende, de 35 anos, realiza o plantio de cana-de-açúcar em 700 hectares desde de 2012. “Nenhum cultivo é fácil, é necessário buscar economia em todo plantio, sem perder a qualidade”, garante ela, que divide o tempo que possui entre a sala de aula e a agricultura. Daniela Rezende é professora do curso de agronomia na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Itumbiara. Ela revela que também aguarda uma safra positiva diferente do ano passado. “A crise afetou o setor canavieiro, espero que o novo Governo consiga colaborar para o desenvolvimento, já que todos estão com boas expectativas, mesmo com a chuva deste ano”, avalia.

A expectativa também é positiva entre as usinas de cana-de-açúcar do estado de Goiás. É o caso da Bom Sucesso Agroindústria, que atua na produção de açúcar e etanol há 10 anos em Goiatuba. “Esperamos conseguir moer mais de três milhões de toneladas de cana nos próximos anos, pois acreditamos que Goiás está em pleno desenvolvimento no setor sucroenergético”, detalha Bruno Vilela, gerente da Usina Bom Sucesso.

A boa perspectiva na colheita é confirmada nos dados divulgados em maio pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por meio do 1º levantamento da safra de cana-de-açúcar relativo à 2019/2020. A Conab calcula que o Estado vai alcançar a colheita total de 73 milhões de toneladas, com um incremento de 4,3% comparado à safra anterior. “Sem nenhuma dúvida, Goiás deve bater mais um recorde no cultivo de cana-de-açúcar, pois temos um clima tropical favorável, o surgimento de cultivares mais produtivas, o investimento em mecanização e terras mais baratas em comparação aos estados de São Paulo e Paraná”, esclarece o analista técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Alexandro Alves.

Para o presidente executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás e Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha, as estimativas devem ser alcançadas. “Não será difícil para Goiás atingir as marcas de produção esperada, o setor deve crescer ou atingir o nível da colheita da última safra que já é um recorde”, comenta.

Já para o assessor técnico da CNA, Rogério Avellar, a produtividade de Goiás aumenta por conta da facilidade do goiano em utilizar a tecnologia para mecanização do plantio. “Goiás não tem tradição na colheita manual e muito menos utiliza da queima da cana. O comportamento advém de o fato do homem do campo estar acostumado com os benefícios da tecnologia e mecanização da colheita”, acrescenta. Por conta da tecnologia e mecanização na safra da cana-de-açúcar, só neste ano, segundo a Conab, a expectativa é de que o estado consiga plantar 950 mil hectares, correspondendo por quase 12% da produção nacional de cana-de-açúcar, abastecendo 17% da produção de etanol e 6% da produção de açúcar. “Goiás é uma região de expansão e desenvolvimento. Existe ainda muita possibilidade de novos negócios, principalmente o etanol que deve movimentar a economia nacional”, explica o assessor técnico da CNA.

Desde o ano passado, o etanol é o responsável por impulsionar as vendas de todo setor de cana-de-açúcar. Inclusive, a comercialização teve um salto de 48,4% em Goiás, superando as vendas em todo País, que chegou em 42,1%, conforme dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Além disso, as distribuidoras bateram recorde com a venda de, aproximadamente, 1,517 bilhão de litros do etanol hidratado em 2018, diante de 1,022 bilhão de litros em 2017, segundo informa os dados da ANP. “O mercado de produção de açúcar é cheio de grandes concorrentes. Por isso, o etanol é uma opção para Goiás no mercado interno e externo, principalmente na indústria de combustíveis”, detalha o analista técnico do Ifag, Alexandro Alves.

Com os bons números, demonstrados ainda no 1º levantamento da safra de cana-de-açúcar relativo à safra 2019/2020, o Estado de Goiás aumenta, ao logo de cada ano, a produção de cana-de-açúcar, conseguindo se consolidar como segundo maior produtor de cana desde 2012, ficando atrás apenas de São Paulo. “Mesmo com uma boa safra, o Estado ainda precisa ajudar o homem do campo, desenvolvendo um plano de safra que deixe mais barata a produção”, sugere o fazendeiro, Gustavo Rattes. “É necessário diminuir, principalmente, os custos de insumos que ainda estão altos”, completa a agricultora e professora, Daniela Rezende. “A minha única preocupação, no momento, são as chuvas que aconteceram no estado, conseguindo atrasar a safra. Então, o momento merece cautela do produtor rural em todo processo do plantio”, aconselha o presidente do Sifaeg e Sifaçúcar, André Rocha.

Números

Além do levantamento organizado pelo Conab, que avalia a expectativa do setor canavieiro por meio de dados da safra do ano passado, documentos do Ifag mostram que a produção de cana-de-açúcar somou cerca de R$ 5,5 bilhões de valor bruto na colheita de 2017/2018 em Goiás, representando cerca de 13,7% do valor de toda produção do agro no Estado. “A cada ano, Goiás mostra sua importância no cenário nacional, por conta do aumento contínuo em área plantada, produção e produtividade média”, explica Alves.

Já em nível nacional, o crescimento e a expectativa do setor canavieiro não são positivos como no Estado de Goiás. Conforme a Conab, a produção de cana-de-açúcar no Brasil terá uma redução de quase 1% em relação à safra anterior. Este ano, o país deverá alcançar apenas 616 milhões de toneladas, enquanto no ano passado foi de 620,4 milhões de toneladas. “São Paulo deve impulsionar essa queda na colheita, pois o estado ainda sofre com as lavouras antigas que utilizava da mão de obra manual e a queima da cana”, comenta Avellar.

A produção nacional de etanol também será afetada, de acordo com o 1º levantamento da safra de cana-de-açúcar relativo à safra 2019/2020. A produção total de etanol, em todo País, está prevista para 30,3 bilhões de litros, uma diminuição de 4,2% em relação à colheita passada que chegou em 33,1 bilhões. Em meio à diminuição na safra nacional deste ano, a produção de açúcar deve voltar aumentar e atingir 31,8 milhões de toneladas, um crescimento que representa 9,5%. “Este cenário mostra que o Brasil volta a ser competitivo em um mercado tradicional”, avalia o assessor técnico da CNA.

Para o analista técnico do Ifag, este cenário nacional do país pode ser uma oportunidade para o Estado receber investimento, principalmente após se consolidar como segundo produtor de cana do país. “O estado tem sido porta de entrada para vários tipos de investimento, principalmente no setor de máquinas, cooperativas de comercialização de insumos, pesquisas acadêmicas, instalação de unidades industriais e cursos de profissionalização desenvolvidos, por exemplo, pelo Sistema Faeg Senar”, enumera Alves.

Investimento em qualificação

De olho nessa expansão, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) disponibiliza o curso presencial de Especialização em Gestão da Produção de Cana-de-Açúcar, com duração de 300 horas semanais, na sede da Faeg, em Goiânia. A responsável pelo Departamento Técnico do Senar Goiás, Mara Lopes de Araújo Lima, conta que o curso é uma demanda antiga do setor agro. “Voltado para especialistas de nível médio, o objetivo das aulas é fortalecer o mercado regional que está em continua expansão há alguns anos”, explica. O curso está previsto para ter início no mês de agosto deste ano.

Para o engenheiro agrônomo Maurício dos Santos, de 22 anos, de Goiânia, o curso representa uma oportunidade para conquistar um emprego nas fazendas que realizam o cultivo da cana-de-açúcar em Goiás. “É um setor produtivo com potencial crescimento e acredito que o curso oferecido pelo Senar é uma oportunidade para entrar nesse nicho”, pontua o estudante do sétimo período do curso de agronomia da Universidade Federal de Goiás. (UFG).

Inscrições

Os interessados em fazer o curso de Especialização em Gestão da Produção de Cana-de-Açúcar devem acessar o edital no Portal do Senar Goiás e realizar a inscrição.

Acesse o Edital: http://bit.ly/2J1RL48

Inscrições: http://bit.ly/2Jhm71I

texto: Aryclennys Sousa, especial para a Revista Campo

Comunicação Sistema Faeg/Senar

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