Trecho que abrange 46,3 quilômetros entre os municípios de Bela Vista e Silvânia vai receber investimentos de R$ 152 milhões em recursos do Fundeinfra, beneficiando diretamente quase 6,5 mil propriedades rurais
O Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária em Goiás (Ifag), entidade vinculada à Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), formalizou nesta terça-feira (16) a assinatura do contrato para a pavimentação da rodovia GO-147. O evento marcou mais um avanço da infraestrutura rural no Estado ao confirmar a obra que interligará Bela Vista de Goiás ao entroncamento da GO-010, no município de Silvânia, com serviços a serem executados pela Construtora CCB.
A cerimônia foi amplamente prestigiada por lideranças políticas, sindicais e do setor produtivo. Estiveram presentes os prefeitos Carlão (Silvânia), Eurípedes do Carmo (Bela Vista), Roberta Cândida Caetano (Leopoldo de Bulhões), Gilmarzinho (São Miguel do Passa Quatro), a ex-prefeita de Bela Vista, Nárcia Kelly, os deputados estaduais Thales Barreto e Wagner Neto, a deputada federal Marussa Boldrin, os secretários estaduais Adib Elias (Infraestrutura) e Pedro Leonardo (Agricultura), além dos presidentes Pedro Salles (Goinfra), Rafael Gouveia (Emater) e Rivael Aguiar (GoiásFomento), vereadores, líderes classistas e dezenas de produtores da região.
O contrato prevê investimentos de R$ 152 milhões, provenientes do Fundo Estadual de Infraestrutura (Fundeinfra), formado pela contribuição dos produtores rurais goianos. As obras contemplam pavimentação de 46,3 quilômetros da rodovia e construção de uma ponte de concreto de 50 metros sobre o Rio dos Bois, beneficiando diretamente o escoamento da produção e o desenvolvimento das cadeias produtivas locais.
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, afirma acreditar que as máquinas devam ir para o trecho ainda neste mês de setembro. “É uma obra bastante importante, mais de 46 quilômetros, mas acreditamos que devido ao porte da empresa vencedora teremos um avanço muito grande ainda este ano, antes que o período chuvoso interrompa os trabalhos”, avalia. Para Zé Mário, a pavimentação da GO-147 tem uma importância econômica especial. Ele menciona estudos do Ifag indicando que, para cada real investido no asfaltamento da rodovia, haja um retorno de 4,8 reais no Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). A média no Estado é de três reais.
O presidente do Ifag, Armando Rollemberg, destacou a importância da obra para os produtores locais: “É uma região muito produtiva, altamente tecnificada, mas que tem uma dificuldade logística para escoar a produção”. Segundo ele, o asfalto vai também contribuir com o deslocamento de parte do tráfego na Região Metropolitana. “Teremos quase que um anel viário alternativo saindo de Goiânia. E quando ficar pronto o trecho que liga Bela Vista a Hidrolândia, os motoristas terão uma importante alternativa para evitar o tráfego pesado da capital”, acredita.
O estudo do Ifag mencionado pelo presidente da Faeg aponta que a pavimentação vai impactar 6.457 imóveis rurais em um raio de 25 quilômetros, abrangendo dez municípios e uma área produtiva de 310 mil hectares. A expectativa é de que a obra contribua para elevar o VBP regional de R$ 1,4 bilhão para R$ 2,2 bilhões, com potencial de expansão da área produtiva em até 117 mil hectares. Soja e milho devem liderar o crescimento, enquanto a pecuária tende a dar espaço a lavouras mais rentáveis.
O tráfego de caminhões pesados, atualmente de 38.963 veículos/ano, deve saltar para 55.631 após a conclusão das obras, um aumento de 42,8%. As estimativas referem-se apenas à movimentação gerada pelas 6.457 propriedades diretamente atendidas, desconsiderando o fluxo adicional resultante das novas conexões rodoviárias.
A pavimentação da GO-147 integra o Termo de Cooperação 001/2025, celebrado entre Ifag e Governo de Goiás, que abrange sete trechos em seis rodovias estaduais, totalizando mais de R$ 1,145 bilhão em recursos do Fundeinfra. Para Rollemberg, o modelo de parceria vem promovendo avanços inéditos: “A junção da agilidade do setor privado com a transparência do público está sendo seguida à risca. Viabilizamos um processo que no caminho tradicional levaria anos e hoje, em questão de poucas semanas, já é realidade para o produtor goiano”.