Rodolfo Cardoso
Com o intuito de harmonizar o diálogo em torno de assuntos que afetam diretamente o setor produtivo, sobretudo o da agricultura, estiveram reunidos nesta quarta-feira (23), na Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), diversos deputados estaduais entre eles os representantes da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) e da Comissão de Agricultura Pecuária e Cooperativismo. A tônica discutida no encontro foi sem dúvida a atual conjuntura política, econômica e social que vive o Brasil como, por exemplo, o ajuste fiscal anunciado pelo governo federal.
Na ocasião, o presidente da Faeg e anfitrião do evento, José Mário Schreiner, falou sobre a diminuição em 30% dos repasses para entidades do Sistema ‘S’, entre eles o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás) que tem em seu escopo de atividades a formação profissional, técnica, superior, promoção social e assistência técnica ao homem do campo. Schreiner, que também é presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás, falou com preocupação sobre os cortes anunciados pela equipe do Palácio do Planalto.
Durante a reunião, também estiveram presentes o secretário de governo Vilmar Rocha, representando o governador Marconi Perillo; os presidentes de Sindicatos Rurais (SRs) e de Comissões da Faeg, além de diversos líderes classistas.
Durante o encontro, José Mário pediu a colaboração de todos os presentes para que se unam com um só intuito: o de contribuir com o setor que tem segurado a economia brasileira, e, que, para ele, só não está pior por conta da agricultura. Segundo Schreiner, o setor o qual representa, sempre teve um bom e franco diálogo na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), no executivo estadual e municipal, além do judiciário – “diferente do que ocorre em Brasília, onde se vê hoje a sociedade brasileira refém de disputas políticas”, disse.
“Eu vejo a Câmara Federal agindo de uma forma, o palácio do planalto de outra, e o judiciário tentando se posicionar. É uma crise política que gera crise econômica e por aí vai. E com isso, o brasileiro vai sofrendo. E é claro que o setor produtivo tem sido atingido de uma forma muito forte com todo esse debate nacional que nós estamos presenciando. Por exemplo, nesta última terça-feira (22) foi encaminhado ao Congresso Nacional a medida provisória que traz de volta, é a tão falada Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) que, demoramos muito tempo para tirar. Nós temos também a situação do corte de 30% nessas instituições que contribuem tanto para a sociedade, o Sistema ‘S’ como Senar, Sebrae, Sesi, Senac, Senat, Sesc, Sescoop, Sest. O governo nos coloca na vala comum”, disse o presidente da Faeg.
Schreiner também aproveitou e agradeceu o apoio que a agricultura goiana tem recebido na Aalego, onde tem conseguido através da Frente Parlamentar da Agricultura e da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, aprovar projetos que beneficiem o homem do campo. Na ocasião ele lembrou o fato de Goiás ter aprovado o primeiro Código Florestal Estadual, em 2013, e pediu mais apoio do legislativo goiano no Cadastro Ambiental Rural (CAR).
O secretário de Cidades, Infraestrutura e Meio Ambiente do Governo de Goiás (Secima), Vilmar Rocha, disse que o sucesso do projeto administrativo e político atual de Goiás só foi obtido por causa do intenso diálogo que o governo tem tido com diversos setores da sociedade como entidades patronais, Alego, empresários entre outros. Segundo ele, ninguém é capaz de se conduzir um projeto seja ele qual for – seja político ou não –, sem dialogar.
“Um dos principais fundamentos do sucesso é saber ouvir, e, você, José Mário, tem um discurso moderno para o setor agrícola; tem essa capacidade de somar forças, energias para que as coisas possam acontecer. O Brasil hoje só está nessa crise por falta de diálogo”, concluiu o secretário.