O Brasil ocupa a 4ª posição entre os países que mais produzem suínos no mundo. Do total de animais produzidos, 3,5% são do país. O 1º lugar é da China, que detém 50% da produção suína mundial. Mas apesar de ser o principal produtor, a China também se tornou um importante mercado importador da carne suína brasileira. Esses dados foram apresentados pelo diretor-executivo da Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS), Nilo Chaves de Sá, durante a Expopec 2017 – Exposição das tecnologias voltadas para o desenvolvimento da pecuária. Nilo abordou o panorama da suinocultura no Brasil e no mundo, trazendo informações desde histórico do segmento, organização do setor, principais estados produtores, tipos de produção até cenários macroeconômicos – oferta, demanda e preço.
Segundo ele, o país possui mais de 1,72 milhão de matrizes. A região Sul do país concentra 60% da produção brasileira – até mesmo por causa do histórico do setor no país -, enquanto Sudeste possui 20% e Centro-Oeste, 18%. No Brasil, três tipos de produção dominam o mercado: integração (39%), independente (38%) e cooperativas (23%). Nas regiões Sul e Centro-Oeste predominam a produção de forma integrada. “Os estados do Sul sempre tiveram esse perfil. Agora, houve a migração para o Centro-Oeste do tipo integrado”, destaca.
Nilo acredita que essas formas de produção fortalecem a cadeia no país. Mas de acordo com ele, um dos fatores determinantes para o sucesso do mercado da suinocultura é a produção de milho. “Isso porque o suíno depende do milho. É a fonte de alimentação. Então, se há algo de errado com esse mercado, também terá algo de errado com os suínos”. Inclusive Nilo reforça que para saber se o produtor está tendo lucro com a atividade é só fazer um cálculo básico. “Se quando vender 6 quilos de carne suína eu conseguir comprar 6 quilos de milho, estou no lucro. Agora, se a conta não for assim, tem algo de errado”, avalia.
Quebra de paradigma
O diretor da ABCS reforça ainda que o mercado tem mudado o olhar em relação à carne suína por causa de vários motivos. Isso se deve ao trabalho de fortalecimento da cadeia e por mostrar os benefícios da carne suína para a alimentação. Além disso, os impactos na economia também levaram o consumidor a procurar carnes com preços mais baixos do que a de bovino. “Os supermercados perceberam isso e incrementaram as vendas de carne suína e de aves. O consumidor passou a comprar mais. Por isso, a carne suína obteve resultados surpreendentes em 2016”, finaliza.
Expopec 2017
O objetivo do evento é divulgar as tecnologias voltadas ao aprimoramento da produção de carne bovina, ovina e suína no Centro-Oeste, além de discutir e apresentar o que há de mais novo no mercado nacional e internacional. A exposição terá em sua programação palestras, demonstrações e oficinas, feiras de touros, espaço para negócios, exposição de animais, shopping de cavalos, visitas técnicas, vitrine da carne, leilão, festival gastronômico e outras atividades.
Durante os quatro dias de evento, quem comparecer ao município de Porangatu poderá participar de discussões e sugestões de políticas públicas para a cadeia produtiva da carne - mercados bovinos, suínos e ovinos/carneiros -, palestras com renomados especialistas, pesquisadores, técnicos e consultores do mercado, além de lançamento e demonstração de novos produtos, equipamentos e serviços. A realização é da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), do Sindicato Rural de Porangatu e do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag).
Texto: Fernando Dantas
Foto: Larissa Melo