Os eventos que abalaram o mercado pecuário no primeiro semestre deste ano, atingindo diretamente a maior indústria do segmento, a JBS, provocaram uma diversificação no setor, afirmam criadores. “Para quem é de São Paulo (SP), enxergamos hoje mais opções para entregar gado”, afirmou o coordenador do Grupo Pecuário Bauru (GPB), Oswaldo Furlan.
Ele afirma que, ao longo do ano, frigoríficos de médio e pequeno portes ganharam mais espaço tanto na venda de carne no atacado, como na compra de gado com pecuaristas. Ele cita o Barra Mansa, de Sertãozinho, em São Paulo, e o Better Beef, de Rancharia, ambos no interior de São Paulo, como exemplo.
O presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Maurício Velloso, afirma que, em Goiás, o mercado também está mais diversificado este ano e que houve mudanças na forma de comercialização do gado. “Antes era mais raro e agora parece estar mais consolidada a venda do tipo paga e leva”, afirmou Velloso.
Segundo ele, frigoríficos menores chegam a pagar até R$ 2 a arroba a mais do que o preço do mercado e à vista, o que acaba ganhando a preferência do pecuarista. Para ele, a diversificação do mercado é uma tendência que deve se manter no próximo ano.
Em Goiás, o paulista Frigol acaba de arrendar uma unidade que estava desativada da Rodopa Alimentos, Cachoeira Alta (GO), que vai dar mais opções de escoamento de animais aos pecuaristas locais.
Com a unidade, a Frigol aumenta em 25% sua capacidade de abate de bovinos, atingindo 60 mil cabeças/mês e 180 mil toneladas de carne/ano. A unidade, que estava desativada, processa carne resfriada e congelada, miúdos e subprodutos com capacidade para abater 600 bovinos/dia.
Texto: Camila Turtelli, Cocari
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