O PIB do agronegócio, que cresceu lentamente em abril e em maio devido aos impactos da pandemia, registrou forte aceleração a partir de junho de 2020 e fechou o mês de novembro com avanço de 2,37%. Os cálculos foram feitos pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, realizados em parceria com a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil). Com isso, a alta acumulada nos 11 primeiros meses de 2020 chegou a 19,66%.
Os destaques foram para os segmentos primário e de agrosserviços, que registraram altas de 47,5% e de 17,06% no PIB, respectivamente.
Como destacado em relatórios anteriores, para os agrosserviços, o resultado positivo do PIB reflete, primeiramente, a continuidade do abastecimento do mercado doméstico pelo agronegócio e o excelente desempenho do setor em termos de exportações – implicando em grande uso de serviços de comércio, transporte e armazenagem. Além disso, esse resultado se deve à expansão da prestação de outros serviços às cadeias do agronegócio, como financeiros, de comunicação, jurídicos, contábeis e de consultoria, entre outros.
Os resultados consolidam o cenário geral que já havia sido traçado para o segmento primário, com o forte crescimento do PIB em 2020 atrelado à expansão da oferta e ao intenso avanço dos preços agropecuários reais, resultado dos aumentos expressivos na demanda, tanto externa quanto doméstica, e do alto patamar da taxa de câmbio.
Especificamente, os produtos destaques em termos de altas de preços no período foram: arroz, milho, soja, café e trigo, na agricultura, e suínos, boi gordo e ovos, na pecuária. Quanto à produção, foram colhidas safras maiores em 2020 para algodão, arroz, cacau, café, cana, feijão, milho, soja, trigo e madeira para celulose. Na pecuária, apenas a produção de boi gordo diminuiu, com expansões para suínos, aves, ovos e leite.
Fonte: IFAG