Os valores do suíno vivo, depois de queda entre março e abril, passam por altas surpreendentes nas regiões produtoras brasileiras. Os preços estão próximos do recorde.
Há uma baixa oferta de animais para abates e melhora na demanda interna. De acordo com o Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), outro detalhe que chama a atenção são as exportações, sobretudo, para o mercado chinês estão aquecidas. Esses reajustes inesperados culminam por atingir também os preços no varejo.
Depois de caírem com força entre março e abril, os valores do suíno vivo iniciaram um movimento intenso de recuperação em todas as praças acompanhadas pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/ USP. Neste mês de julho, a alta nas cotações tem sido reforçada pela baixa oferta de animais em peso ideal para abate. Em Goiás, segundo o Ifag, o quilo do suíno evoluiu cerca de um real em nível de produtor, passando de R$6,00 para R$7,00. Mas, acredita em estabilização a partir de agosto, período em que a China deve começar a produzir, depois de sua crise em função da peste suína.
Do lado da demanda, pesquisadores do Cepea indicam que a reabertura parcial do comércio em importantes regiões consumidoras em junho seguiu favorecendo a procura pela carne suína ao longo de julho. Além disso, as exportações brasileiras da proteína continuam registrando bom desempenho, o que tem limitado ainda mais a disponibilidade doméstica. De acordo com dados da Secex, os embarques diários da carne apresentam média de 4,1 mil toneladas neste mês, 1% abaixo da registrada em junho/20, mas 57% acima das 2,6 mil toneladas de julho/19.
Regiões
Diante disso, em algumas regiões, especialmente nas de Santa Catarina, os valores médios diários do suíno atingiram patamares recordes reais da série histórica do Cepea (iniciada em 2002) - as médias mensais foram deflacionadas pelo IGP-DI. Já em termos nominais, ou seja, sem considerar a inflação, o animal é negociado nas máximas da série do Cepea em praticamente todas as praças.
Em Minas Gerais, o Indicador do suíno apresenta alta de 32% na parcial de julho, fechando a R$ 6,99/kg nessa quinta, se aproximando da máxima deflacionada, de R$ 7,12/kg, verificada em novembro de 2014. Em São Paulo, o Indicador Cepea/Esalq do vivo fechou a R$ 6,41/kg, com avanço de 34% neste mês. A média do dia 23 está abaixo do recorde real, de R$ 7,34/kg, observado em novembro de 2014.
Fonte: Texto dm.com.br
Imagem: Divulgação