Fabiana Sommer, de Rio Verde
O mercado de peixes tem crescido cada vez mais assim como o consumo, que se intensifica em períodos além da quaresma. Pensando nisso, o Stand do Sistema Faeg, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas em Goiás (Sebrae Goiás) realiza, nesta edição da Tecnoshow 2015, o curso de processamento de peixes. Atentos ao mercado, produtores buscam qualificação como forma de melhorar a renda em uma atividade diferenciada.
Pedro Domingos de Freitas é produtor rural, mora em Goiânia e tem propriedades em Nazário e Palmeiras. Ele veio buscar no estande do Sindicato Rural, Faeg, Senar e Sebrae instruções sobre o processamento de peixes, uma vez que possui na fazenda alguns tanques. “Tenho peixes em minhas propriedades, nada para revenda, apenas como hobby, mas achei muito interessante este procedimento, pois ele pode ser uma aternativa para se montar um pequeno negócio e garantir uma renda a mais”, disse Freitas, que aproveitou para pegar a receita de linguiça de peixe.
Instrutor do Senar há 10 anos e técnico em gastronomia, Ângelo Armando de Paula sempre trabalhou na área de alimentação e ministra o curso de processamento de peixe. De acordo com o instrutor, o primeiro passo para fazer alimentos à base de peixes é saber a procedência e a qualidade. “O peixe deve ser criado com manejo adequado evitando assim que possa transmitir doenças para o ser humano”.
O processamento do peixe funciona em algumas etapas, o primeiro passo é fazer a sensibilização, após, o abatimento, na sequência a escamação, depois a visceração, a filetação, a retirada de pele e então temos a matéria-prima. “Com um peixe podemos fazer 10 cortes e a culinária é bastante variada, é possível fazer o fish burguer, almôndegas, quibe, linguiça, croquete de espinho, sashimi, espetinho de peixe, além de caldo, pirão e pururuca com a pele”.
Segundo o instrutor, os alimentos a base de peixe são fáceis e simples de fazer e os ingredientes são baratos. “As peixarias e alguns produtores já estão fazendo estes alimentos para a venda”, conta.
Alternativa para o artesanato
O Serviço Nacional de Aprendizagem Rural de Goiás em Goiás (Senar Goiás) também está oferecendo o curso de Curtimento e Artesanato em pele de peixe. A pele mais utilizada é a da tilápia e exige todo um processo antes do início do trabalho.
A instrutora Elza Maria Moreira é responsável pelo treinamento e, segundo ela, muitas peles são descartadas. Por esse motivo, ela viu a demanda que o Senar tinha a respeito do tema e resolveu fazer a reutilização. “Este processo é novo, acredito que ele deva estar no mercado há uns sete anos e o resultado é ótimo, pois é possível fazer inúmeras peças de artesanatos”.
O processo começa pelo curtimento da pele: são dois dias para a realização do mesmo. Na sequência, é realizado o tingimento e, por último, a utilização. “Usamos várias químicas na realização deste curtimento e é bem parecido com o processo da curtição do boi”, disse Elza.
Com a pele do peixe é possível fazer bijuterias, calçados, roupas, bolsas e até chaveiros. As peças são coloridas e chamam a atenção. “O mercado ainda está muito pequeno, mas a diversidade e o sucesso que as peças estão fazendo já é possível observar que é um mercado que poderá render bons frutos”, finalizou.