Em uma região, tradicionalmente, de produção pecuária, uma plateia de agricultores discute os rumos do mercado de grãos para os próximos meses. No município de Caiapônia, região Oeste de Goiás, o Seminário de Comercialização e Mercado Agrícola, promovido pelo Sistema Faeg/Senar e Sindicato Rural, nesta quinta-feira (23), foi concorrido.
O município está na rota da expansão agrícola e há cerca de cinco anos acompanha um crescimento expressivo das áreas de agricultura. Na safra 2012/13, a área plantada de soja, carro chefe da produção, foi de cerca de 90 mil hectares. Para este ciclo, a estimativa é de que alcance os 120 mil hectares cultivados.
De acordo com o presidente do Sindicato Rural de Caiapônia, Ailton Viela, a agricultura, no sexto município goiano no ranking de área plantada, evolui rapidamente, mas sofre de dificuldades como armazenagem e infraestrutura e logística para transportes.
Ainda assim, os produtores da região não perdem de vista a evolução do mercado e o desempenho dos preços, para garantir a competitividade dos grãos produzidos na região.
De olho na safra americana, que começa a ser plantada em maio e tem sua formação finalizada em setembro deste ano, os produtores se preparam para um ano de atenção.
De acordo com o consultor da FCStone e palestrante nos Seminários de Comercialização deste ano, Gustavo Bezerra, haverá safras cheias nos Estados Unidos e nos principais produtores de grãos na América Latina, incluindo o Brasil. A evolução da safra e dos estoques de soja estadounidense influenciará diretamente nos preços do produto.
Enquanto observam atentamente o desenrolar da safra americana, os agricultores da região Oeste goiana também observam as estimativas de importação de soja pela China, maior consumidor mundial do produto. Para 2014, o país asiático importará 69 milhões de toneladas; 10 milhões a mais que ano passado.
Para o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, que esteve presente no evento, o ano de 2014 será de muita cautela e percepção.
Os veranicos, pragas, safras cheias que sofrerão dificuldades de infraestrutura e logística para escoamento configuram um cenário de alerta.
Para José Mário, os produtores precisam ficar atentos aos movimentos do mercado, evitar prejuízos, erros de decisão e saber aproveitar os momentos em que o mercado esteja favorável.
O Seminário de Comercialização, realizado tradicionalmente realizado pela Faeg no início da colheita das safras, segue agora para o Rio Verde. O município sedia o evento nesta sexta-feira (24), a partir das 19h30, no Parque agropecuário.