Produtores de mel se especializam em cursos de apicultura do Senar e mais que triplicam quantidade em colheita

Imagem

Em Matrinchã, região do Vale do Araguaia, o produtor Cícero Gabriel da Silva trabalhou por vários anos em apiários da região, mas a renda ficou pequena demais. Há oito anos, ele resolveu produzir mel por conta própria. Começou com 20 colmeias e uma produção de cerca de 300 quilos por ano. Apesar do esforço, a atividade não fluía. Por causa disso, Cícero procurou o Senar Goiás. Com as orientações, conseguiu ampliar os apiários, passando de dois para cinco e hoje são 45 colmeias, quase quadruplicando a produção.

“Tudo começou pelos cursos, onde aprendi sobre captura de enxames, criação de abelhas rainhas e diversas técnicas de manejo. Depois passei a contar com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Goiás. Por dois anos eu fui acompanhado por um técnico, que me ensinou a calcular, produção, despesa, receita e como poderia fazer investimentos seguros. Mudei a forma de trabalho no apiário, colocando cavaletes forrados com lona para evitar que insetos atacassem as caixas das abelhas. O resultado de tudo isso foi uma produção de mais de uma tonelada de mel, em 2019, e esse ano a expectativa é superar essa quantidade”, explica.

Devido ao trabalho do Senar e junto a outros produtores na região, foi criada pelos apicultores uma associação chamada de Agromel. Foram instalados maquinários onde o mel é processado e embalado para a venda.

Da Cidade de Goiás vem outro Caso de Sucesso pautado pelo trabalho Senar Goiás. Em 2016, o produtor Fernando Caetano começou com a produção de mel na Fazenda José Alves, de propriedade do pai. O interesse pela apicultura surgiu depois de trabalhar por 10 anos em Goiânia e decidir voltar para o campo. No início da atividade, ele imaginava que era só capturar enxames e colocar nas caixas. Com pouca ideia de um manejo adequado acabou perdendo muitas colmeias. “Eu não sabia colocar cera nas caixas, entrava água da chuva, entre outros problemas. Também não preparava alimentação na entressafra e muitas abelhas foram embora. A produção de mel era muito pequena”, conta.

Com a carreira de apicultor sendo prejudicada, foi preciso buscar qualificação. Nesse período Fernando conheceu o Senar Goiás e fez os cursos de apicultura básica e apicultura avançada. A partir disso, ele aprendeu as técnicas corretas de manejo e se associou ao primo João Paulo Fogassa, ensinando a ele, na prática, tudo que aprendeu no curso. Agora a produção só aumenta. “Em 2019, nós colhemos 56 litros de mel e em 2020 já mais que dobramos para 140 litros. Vendemos a R$ 50 reais o litro. O mel tem muita qualidade. Nossa meta é seguir por esse caminho e espero continuar contando com a assistência do Senar Goiás, porque para nós foi um divisor entre prejuízo e boa produção”, conclui Fernando Caetano.

Os planos são de produzir uma tonelada de mel. “Acho que uma meta anual seria de 1 mil quilos ou até muito mais que isso. Os conhecimentos do Senar Goiás nos permitem pensar grande”, afirma João Paulo. Os primos destacam o programa ATeG do Senar Goiás como o grande diferencial na apicultura. Eles foram assistidos pelo técnico do Senar Goiás, Elias da Silveira Pinto. “Existe uma grande diferença entre o apicultor e o ‘meleiro’. O apicultor realmente ama a atividade, o trabalho com as abelhas e busca sempre aprimorar. Já o ‘meleiro’ só se interessa pelo dinheiro do mel”, informa o técnico.

De acordo com Elias, durante o trabalho de assistência técnica foi possível corrigir algumas falhas, tanto que Fernando e o primo passaram a fazer alimentação proteica e energética para as abelhas, enumerar os enxames melhores para fazer divisão, trocar cera do ninho e também a fazer seleção e substituição de rainhas. “Tudo isso foi primordial para a evolução da produção”, detalha.

Apicultura em Goiás

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2017/2018, apontam que em Goiás a apicultura ainda é pouco explorada, já que o Estado é o 16º produtor de mel do País, com 336,2 toneladas. Os municípios com maior destaque são Orizona com 55 toneladas, Goiandira 30 toneladas e Porangatu 23,6 toneladas.

Segundo a Associação dos Apicultores do Estado de Goiás (Api-Goiás), existem mais de mil apicultores inscritos em grupos nas redes sociais. A maioria é formada por pequenos produtores, mas há também apicultores com mais de 500 colmeias. Apesar da atividade ganhar constantemente novos adeptos em no estado, a grande maioria dos apicultores não tem qualquer registro, trabalhando na informalidade, assim não se sabe ao certo quantos surgiram nos últimos anos e o quanto produzem.

“A apicultura traz um retorno rápido aos investimentos. A maioria dos apicultores vai crescendo aos poucos, aplicando na atividade os ganhos que vai tendo ano a ano. Para entrar na atividade é preciso fazer um curso de Iniciação Apícola e depois cursos mais avançados. Também é importante ter um bom relacionamento com outros apicultores para aprender com quem tem mais experiência”, orienta Maria José Oliveira de Faria Almeida, presidente da Api-Goiás.

De acordo com ela, a produção de mel depende de vários fatores: enxames fortes, manejo adequado e boa florada do cerrado, que por sinal este ano foi excelente. Quem estava com os enxames fortes e fez um manejo adequado está colhendo até 50% a mais que nos anos anteriores com o mesmo número de colmeias.

Qualificação na apicultura

Os cursos de apicultura do Senar Goiás informam sobre cadeia do mel – Goiás e Brasil, a estrutura organizacional e características das colmeias, além de como instalar apiários, fazer avaliação de colmeias, sequenciamento de enxames, viabilidade econômica e custos de implantação de apiário.

Na sequência as técnicas avançadas permitem que os produtores ampliem o manejo na área. “Os treinamentos fazem o participante se encantar com a vida das abelhas. Nossas mensagens promovem a partir do conhecimento popular cultural o despertar da curiosidade em esclarecer fatos ocorridos no passado. Aí a pessoa começa o processo de transformação em um apicultor”, ressalta o instrutor do Senar Goiás, Túlio Ribeiro.

De acordo com a coordenadora técnica do Senar Goiás, zootecnista Claudimeire de Castro, a apicultura representa uma atividade de renda extra por meio da venda do mel e seus subprodutos. “A profissão é rentável e de investimento baixo, sendo um ótimo negócio, já que ela permite conciliar com outro tipo de produção”.

Comunicação Sistema Faeg/Senar

Áreas de atuação

Veja também

Encontro

Notícias

Encontro estadual de técnicos de campo reúne mais de 700 profissionais para qualificação e celebra expansão da ATeG

Nutrição

Notícias

Nutrição do Solo para Cultivo de Frutíferas: conheça o curso gratuito do Senar totalmente online

Plano

Notícias

Plano Safra 2025-2026 não atende as necessidades do setor rural

Imagem