Michelle Rabelo
“Esse é um dia muito especial. Quando recebi o convite do José Mário para conhecer o Senar em Goiás não imaginava que veria tanta coisa incrível. São iniciativas que desenvolvem econômica e socialmente o estado e isso é digno de elogios. Vidas são mudadas e com isso faz-se um mundo melhor”, disse, emocionado, o representante da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) - da sigla de Food and Agriculture Organization, Alan Bojanic, durante visita ao Centro de Equoterapia Carolina Ribeiro, em Anápolis. Ele veio a Goiás, no último sábado (7), para conhecer de perto o trabalho realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) e deixou a terra do pequi encantando.
José Mário Schreiner, que presidente do Conselho Administrativo do Senar Goiás e que também é presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), foi quem recebeu Bojanic e cumpriu à risca a tarefa de apresentar a missão da entidade ao representante da FAO. Antes de Anápolis, a comitiva, formada ainda pelo secretário executivo do Senar Central, Daniel Carrara e pelo superintendente do Senar Goiás, Eurípedes Bassamurfo, visitou os municípios de Alexânia, Abadiânia, Santo Antônio de Goiás e Petrolina.
Em Anápolis, Bojnic pode vivenciar na prática a realidade de quem possui alguma deficiência física ou mental e enxerga na equoterapia uma possibilidade de melhora, já que além do desenvolvimento psicossocial, a prática contribui para o aperfeiçoamento da força muscular, da coordenação motora e do equilíbrio. É o caso de Eunice Alves, 53 anos. Mãe adotiva de Miguel Augusto, 6 anos, que vivia procurando tratamento alternativos para o filho, que teve paralisia cerebral assim que nasceu. Desde que conheceu a equoterapia, há dois anos atrás, vê Miguel melhorar a passos largos. A professora aposentada conta, emocionada, que Miguel começou a andar no pátio do Centro de Equoterapia Carolina Ribeiro.
Com a mesma emoção, o presidente do Sindicato Rural (SR) de Anápolis, Pedro Olímpio, classificou a visita de Alan Bojanic como um presente. “Ganhar a oportunidade de apresentar o trabalho que fazemos aqui com o Programa Equoterapia não tem preço”. Já a coordenadora do Centro de Equoterapia Carolina Ribeiro, Nerci Ribeiro, classifica a visita como uma possibilidade de crescimento para o local. Ela explica que o Centro foi criado em 2012 e que no local são atendidos 37 pacientes.
O presidente da Faeg, José Mário Schreiner, fez questão de elogiar o Programa Equoterapia que “muda a vida das pessoas para melhor”. O secretário executivo do Senar Central, Daniel Carrara, também elogiou a iniciativa. “Essa é sem dúvida uma ação de responsabilidade social que não tem como direcionamento só o público rural. É uma contribuição do nosso setor à sociedade urbana. Agora o próximo passo é difundir essa iniciativa para o Brasil todo”.
No Brasil, a equoterapia foi criada em 1976 por Lélio de Castro Cirillo, atual presidente da Associação Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil). Além do desenvolvimento psicossocial, a prática contribui para o aperfeiçoamento da força muscular, da coordenação motora e do equilíbrio. Em Goiás são 24 centros de equoterapia ativos e outros 23 em desenvolvimento. Todos recebem o apoio do Senar Goiás que capacita a equipe multidisciplinar e organiza eventos para melhorar a qualificação dos profissionais.
Em Goiás, a iniciativa tem como missão o atendimento às demandas sociais da comunidade rural, com foco nas pessoas com deficiência. “Nós também trabalhamos para estimular a instalação de centros de equoterapia nos municípios por meio dos Sindicatos Rurais (SRs), que na maioria das vezes já possuem a estrutura do Paqrue Agropecuário utilizado uma vez no ano”, explica a assessora técnica do Programa Equoterapia do Senar Goiás, Fernanda Almeida. Ela informa ainda que a entidade atende hoje cerca de 800 famílias, sendo que outras 800 estão na lista de espera.