Douglas Freitas, com informações da CNA
A Comissão Nacional de Bovinocultura de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reuniu-se nesta segunda-feira (4), na sede da Associação Brasileira de Criadores de Zebu, em Uberaba (MG), com a participação de representantes de federações estaduais e entidades ligadas à pecuária bovina. O encontro, o primeiro sob a coordenação do novo presidente do colegiado, Antônio Pitangui de Salvo, e do novo assessor técnico da comissão, Rafael Linhares, ocorreu durante a 81º Expozebu e contou com a presença do presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Goiás (Faeg), Maurício Velloso.
Um dos temas discutidos na reunião foi o Protocolo de Adesão à União Europeia, especialmente em relação à identificação dos animais por meio dos brincos, que ajudam no processo de rastreabilidade dos animais destinados ao abate para exportação para o bloco europeu. A formalização dos protocolos de adesão é uma das etapas previstas na Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA) banco de dados elaborado pela CNA, em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A PGA terá, primeiramente, todas as informações sobre a movimentação do rebanho bovino brasileiro. No entanto, a ideia é incluir dados sobre toda a movimentação pecuária nacional. Com os protocolos de adesão, o Brasil atende a algumas das exigências dos países que adquirem a carne brasileira, demonstrando maior credibilidade por meio da PGA.
Segundo Pitangui de Salvo, entraves como estes devem ser discutidos, em conjunto com os outros elos da cadeia, para que a proposta de protocolo de adesão seja apresentada ao Ministério e aprovada pela União Europeia. Desta forma, com a PGA consolidada, com os protocolos, a pecuária nacional terá ganhos expressivos, conquistando cada vez mais mercados.
Outro trabalho a ser feito é fornecer suporte às federações e secretariais estaduais de agricultura e pecuária para unificar as informações sobre o trânsito de animais na base de dados única da PGA, sob a coordenação do Mapa, e a CNA ficando responsável pela gestão dos protocolos de adesão. “Vamos fazer um trabalho de alinhamento nos estados para esclarecer dúvidas”, destacou.
Marketing do pecuarista
Durante a reunião, Pitangui propôs aos diversos representantes de áreas do mercado de corte bovino a criação de uma agenda única de problemas do setor, na qual seriam elencados os principais problemas que afetam, em âmbito nacional, o mercado e, portanto, o desenvolvimento da pecuária de corte. Representando a Federação goiana, o presidente da Comissão de Pecuária de Corte, Maurício Velloso, esteve presente e apresentou proposta de mudança, tanto no mercado externo quanto interno, da imagem do pecuarista e do produto oriundo de seu trabalho: a carne.
Segundo Maurício, a proposta é trabalhar a imagem do produtor e do produto, para que haja mudanças, principalmente, no processo de maior aceitação e consumo da carne, uma vez que, o decréscimo no consumo, registrado atualmente, causa variações bruscas ou mesmo queda nos preços. “O mercado interno pode sustentar boas margens de lucratividade, mas para isso é necessária uma melhora no consumo de carne. Para que haja essa melhora é necessário trabalhar a imagem do produto e daqueles que o produz, para que aconteça a quebra de certos paradigmas que envolvem o consumo de carne”, complementa.
O trabalho de mudanças na imagem do produtor viria por meio de inúmeras ações, mas Maurício destaca dois esclarecimentos que trariam rápidas mudanças ao cenário atual de consumo. O primeiro se refere ao trabalho de mostrar aos consumidores que o pecuarista é, também, um empresário que atua pensando na sustentabilidade e sempre respeitando os recursos ambientais. Já o segundo, tratar a importância do consumo de carne em todas as fases da vida, uma vez que auxilia no processo de desenvolvimento do cérebro, tanto em crianças quanto em adultos.
Os próximos passos a serem dados agora, de acordo com Maurício Velloso, é conseguir alimentar a Base de Dados Única, a qual fornece os dados que compõem a Plataforma de Gestão Agropecuária (PLA) e realizar encontros com os secretários de agricultura dos principais estados produtores de gado de corte para que, além de melhora na alimentação dos dados, haja a oficialização de mudanças no processo de rastreio do rebanho, para que seja possível exportar não somente para a União Europeia, mas para outros mercados, também.