Laryssa Carvalho
Com o objetivo de discutir os gargalos do crédito rural, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, se reuniu com os novos superintendentes regionais do Banco do Brasil. Ao todo, participaram da reunião os superintendes da região de Ceres, Rio verde, Goiânia, Anápolis, o gerente de agronegócio do BB, Giovani Chaves, além do representante estadual da instituição João Batista. Na ocasião, Schreiner falou sobre sua preocupação em relação ao tempo que a verba liberada pelo Governo Federal leva para, de fato, chegar nas mãos do produtor.
Não é de hoje que o tema crédito rural vem sido debatido por José Mário, que também é vice presidente diretor da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). No encontro com o Banco do Brasil, ele destacou a necessidade do diálogo contínuo entre a Federação e a instituição. “Ainda falta muito o que fazer, por isso é preciso andarmos juntos. Precisamos nos organizar para dar ao produtor a possibilidade de se planejar e receber a assistência técnica tão necessária e importante para o sucesso de sua atividade. Para isso tudo é preciso verba”, ressalta. Schreiner, destacou também o apoio da Federação as dificuldades encontradas pelos produtores em adquirirem o
crédito. “Estaremos sempre de portas abertas. Digo e repito, produtores, procurem o Sindicato Rural (SR) de sua cidade e nós para melhor orienta-los”.
Logo no início da reunião, o representante Estadual do Banco do Brasil, João Batista, apresentou o novo time que integra as superintendências regionais. “Nós contamos com um time valoroso que possui um currículo brilhante e isso só tem a acrescentar. Vamos dialogar sim”, enfatizou.
Batista também fez questão de enfatizar a disposição do Banco do Brasil em contribuir para que o excesso de burocracia não atrapalhe tanto a efetiva liberação do crédito. “Todos nós nos colocamos a disposição da Federação para dialogar sempre e debater esses gargalos. Somente com diálogo é possível resolver essas demandas”. Na ocasião, também foram discutidas a assistência técnica ao produtor e os investimentos nos programas ligados ao setor do agro.
Crédito
Em julho de 2014, o total financiado a juros controlados foi de R$ 8,886 bilhões (incluindo recursos obrigatórios, poupança rural e fundos constitucionais). Já no mês passado, esse valor saltou para R$ 11,596 bilhões, aumento de 30%. A fonte dos dados é o sistema de monitoramento do Banco Central (Sicor) e leva em conta custeio e comercialização, incluindo grandes, médios e pequenos produtores (Pronamp e Pronaf).
Em relação ao primeiro semestre, que leva em conta parte da safra atual e da anterior, houve queda de 7% de 2014 para 2015, passando de R$ 52,4 bilhões para R$ 48,7 bilhões. “Mas o mês de julho é o mês genuinamente da nova safra de 2015/2016, que foi onde encontramos aumento. Isso traz uma certa tranquilidade porque estamos em ascendência”, afirmou Kátia Abreu. O aumento de 30% no volume financiado neste mês em relação ao ano passado se deve, em parte, à menor disponibilidade do pré-custeio no primeiro semestre.
Ao fim da reunião foi sugerido pelos representantes uma “rodada mensal” entre a Federação e o Banco do Brasil para que os gargalos sejam atualizados e novas soluções sejam apresentadas às instituições.