Michelle Rabelo
Com a intenção de conhecer o funcionamento da Metodologia Balde Cheio no Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), uma comitiva do Mato Grosso viajou até o município de Morrinhos na última quarta-feira (20). A cidade, que sediou a Tecnoleite Complem 2015 e é famosa por sua produção leiteira, também é a terra natal de Antônio Eduardo Sobrinho, proprietário do sítio Primavera, uma Unidade Demonstrativa (UD).
A Metodologia Balde Cheio está dentro do Programa Goiás Mais Leite e já é utilizada no Mato Groso, porém sob gestão do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). A comitiva, que veio até Goiás em uma Missão Técnica, foi comandada pela entidade e composta por oito produtores de leite vindos das terras mato-grossenses. A intenção do grupo foi fazer uma espécie de intercâmbio de informações e apontar as diferenças na aplicação da metodologia nos dois estados. Um exemplo é a questão das parcerias, que em Goiás são firmadas com instituições públicas e privadas, e no Mato Grosso, são fechadas quase que exclusivamente com as prefeituras.
No sítio Primavera, a comitiva foi recebida pelo médico veterinário e técnico do Goiás Mais Leite, Wesley Cruvinel. Ele apresentou os dados da propriedade e falou das principais dificuldades que o técnico encontra quando começa a acompanhar o produtor. “A maioria deles acha que os conhecimentos repassados pelo pai ou pelo avô valem mais do que o que é dito pelo técnico”, pontua. Segundo ele, com Antônio Eduardo foi diferente. “Ele acatou as orientações e hoje colhe os frutos. Iniciamos em 2010 com 80 litros por dia e hoje já produzimos 380”, comemora.
Ainda segundo Wesley, receber a comitiva do Mato Grosso reforça sua vontade de trabalhar. “A atividade leiteira é por si só sofrida. Ver que outros estados adotam o Balde Cheio e que a vida de outros produtores também é modificada me deixa muito feliz. Fico ainda mais satisfeito em receber pessoas de outros estados que querem saber como a gente trabalha aqui. Além disso,
também temos a oportunidade de conhecer outra realidade”. Para o produtor mato-grossense Luiz Brisola Ferreira, a troca de informações é muito importante. Ele integra o time Balde Cheio há quatro anos e conta que enxerga a atividade leiteira de uma maneira mais moderna.
O coordenador do Programa Goiás Mais Leite no Senar Goiás, Marcos Henrique Teixeira, explica que a comitiva vem para entender como Goiás trabalha com a Metodologia Balde Cheio levando em consideração clima, temperatura, custo de leite e de produção – fatores que são diferenciados. Ele adianta que o Senar Goiás já estuda a realização de um encontro de técnicos em Minas Gerais ou Paraná. “Lá seria nossa troca de experiências”.
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