Na média de todas as categorias de machos e fêmeas anelorados pesquisadas pela Scot Consultoria, as referências recuaram 0,2% na semana anterior. Diante do cenário de baixa do boi gordo, parte dos pecuaristas ainda retém suas boiadas no pasto, esperando melhora nos preços da arroba.
Outro fator que impacta na lentidão do mercado de reposição é a relação de troca que, mesmo que positiva na comparação anual vem se estreitando cada vez mais. “A reposição, vai gradativamente piorando para o invernista. E essa piora também vai acabar batendo à porta, ou melhor, à porteira do criador. Os valores de bezerros e bezerras também deverão cair”, aponta o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Mauricio Velloso.
Atualmente em São Paulo são necessárias 7,9 arrobas de boi gordo para a compra de um bezerro de desmama (6@). Na comparação com junho de 2016, esta relação ainda é 1,9% melhor para o recriador. Porém, desde março deste ano, a queda já soma 8,4%.
No curto prazo, a piora na capacidade de suporte dos pastos pode movimentar o mercado, junto à maior oferta de bezerros desta safra. “A sugestão é de atenção ao estoque de forragem e suplementos disponíveis, suficientes para arraçoar o rebanho, no decorrer do longo período seco que se avizinha. Segurar animais sem perspectiva de melhores preços, e com risco de não ter como alimentá-los, pode ser uma estratégia pior que vendê-los agora”, diz o presidente.
Texto: Faeg, com informações da Scot Consultoria
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