Nayara Pereira
Mesmo com um cenário econômico conturbado e com poucas expectativas para alavancar o setor, a abertura oficial da 60ª Exposição Agropecuária de Anápolis (Expoana), nesta última quarta-feira (29), apontou novos rumos para uma possível reviravolta diante da crise. A aposta segundo o vice-governador, José Eliton Júnior, é investir no setor produtivo impulsionados pelo agronegócio e a pecuária. “O Brasil precisa voltar os olhares para o setor produtivo, principalmente Goiás, que contribui com um dos maiores Produto Interno Bruto (PIB) do País”. Ao lado de autoridades políticas e do agronegócio de várias regiões do Estado, Eliton, destacou as conquistas e os espaços que o setor goiano vem alcançando no mercado nacional. Representando a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), o vice-presidente institucional Bartolomeu Braz também participou do evento.
Voltando à atenção para o agronegócio, o vice-governador, destacou também a proporção que uma exposição agropecuária tem para o mercado goiano. “Hoje nosso foco é para o agronegócio, todas as políticas que são desenvolvidas no Estado, têm, sem dúvida nenhuma, uma atenção especial para o setor produtivo, que alavanca e garante o equilíbrio da balança comercial de Goiás e contribui também com a balança nacional, além de propiciar a melhor distribuição de renda para a população”.
Além de apontar os investimentos em tecnologia, profissionalização, palestras técnicas e provas que envolvem a Expoana, Eliton, apontou a proporção e os investimentos realizados durante o evento. “É interessante observar a filosofia voltada ao homem do campo, que aqui se fazem presentes. Os olhares voltados para a tecnologia, as técnicas de produção e as palestras para o nosso produtor rural fazem com que, cada vez mais, nossas qualificações se tornem referências nacionais”, finalizou.
Profissionalização em destaque
Um dos pontos que receberam destaque na abertura e que estão presentes durante a Expoana, são os cursos profissionalizantes realizados pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás) e da Faeg, voltados para o produtor rural. De acordo com o vice-presidente institucional da Faeg, Bartolomeu Braz, que na ocasião representou o presidente do sistema, José Mário Schreiner, os cursos profissionalizantes estão alcançando números significativos para o cenário econômico do Estado.
“A economia nacional passa por um momento de turbulência, mas nosso setor produtivo está superando expectativas no que diz respeito à produção, novas tecnologias e à profissionalização no campo”. Nas palavras do vice-presidente, a ordem é investir no conhecimento e em novas técnicas para que o setor alcance cada vez mais espaço no agronegócio nacional e mundial.
Bartolomeu agradeceu a parceria entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), no fortalecimento ao negócio no campo. “O Sebrae como parceiro nosso, nos ajuda a incentivar o produtor rural a abrirem novos cominhos e conhecimentos para o aumento da renda familiar das famílias goianas”, ressaltou.
Aftosa em pauta
Durante a abertura da Expoana, que na prática as atividades começaram no último dia 17 e seguem até 3 de maio, o vice-governador também lembrou também da importância da Campanha de Vacinação Contra a Febre Aftosa, com início na sexta-feira (1°). “Esperamos que mais de 99% do rebanho bovino do Estado, estejam vacinados a partir de amanhã. Mas nossa meta e a da Secretária de Desenvolvimento é transformar Goiás em uma zona livre da aftosa, sem a vacinação. Essa meta, porém, discutiremos com Ministra da Agricultura, Kátia Abreu, para muito em breve termos a certificação desta que será uma conquista para o produtor goiano”, pontou.
60ª Expoana
Diante do cenário de desaceleração da economia brasileira, o volume de negócios da 60ª Expoana, deverá registrar crescimento neste ano. A expectativa dos organizadores é de que as vendas de maquinários e aparatos tecnológicos ultrapasse o saldo de R$ 17 milhões registrado em 2014, por conta da estratégia dos produtores goianos de investir mais em suas lavouras e pastos para reduzir os custos de produção.
Um dos promotores do evento, o presidente do Sindicato Rural de Anápolis, Pedro Olímpio, afirma que o momento de desaceleração não desmotivará o produtor, “acostumado a crises”. No ano passado, os bancos presentes na feira financiaram mais de R$ 17 milhões para compras de automóveis, máquinas e equipamentos. “Esse ano eles têm R$ 25 milhões e vão gastar tudo”.
São 10 máquinas – tratores, pulverizadores, ensiladeiras – expostas em um espaço de 300 metros quadrados. No segmento da pecuária, exemplares dos melhores reprodutores e matrizes de gado leiteiro e de corte, além de equinos e ovinos estão a mostra. Na agricultura, novidades do setor produtivo, as tendências do mercado nacional e a famosa Ranqueada do Nelore, no 4° Encontro de Agronegócio de Anápolis. Para os participantes, são mais de 10 palestras e dinâmicas, com temas ligados, direta ou indiretamente, às áreas agrícola, econômica, pecuária e equinocultura.