Seminário Canal Sucroeste discute cenário da cana

Bartolomeu Braz e José Paulo StupielloCatherine Moraes

Permeando entre a lucratividade da biomassa da cana e a necessidade de pesquisas no setor sucroenergético, o Canal - Jornal da Bioenergia realizou, pelo terceiro ano consecutivo, o Seminário Canal Sucroeste. O evento integrou a programação da Feira de Fornecedores e Atualização Tecnológica da Indústria de Alimentação (Ffatia) e contou com mediação de Bartolomeu Braz, vice-presidente institucional da Faeg e produtor de cana-de-açúcar.


Os palestrantes presentes foram: Fernando Cullen Sampaio, engenheiro químico e diretor técnico da FCS Engenharia; José Paulo Stupiello, presidente da Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB); Henrique Berbert de Amorim, diretor operacional da empresa de tecnologia do setor sucroalcooleiro e bebidas destiladas Fermentec e o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético e Presidente-Executivo do Sindicato da Indústria de Fabricação de Etanol do Estado de Goiás e o Sindicato da Indústria de Fabricação de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), André Rocha.


Pela manhã, Fernando Cullen ministrou palestra com o tema: “Aproveitamento energético da Biomassa Disponível da cana-de-açúcar” e falou sobre a necessidade de o setor se reinventar diante da crise enfrentada no país. “A cana é riquíssima e nem sempre aproveitamos sua totalidade. A biomassa é um sonho do mundo todo. Já tivemos mais água e hoje percebemos que a situação não é a mesma de antigamente. Temos um potencial energético enorme e o aproveitamento da cana é um bom investimento”, completou.


CullenCullen falou sobre as formas de uso da palha da cana-de-açúcar como forma de aumentar o ganho e diminuir a perda. “Lembro-me de usinas com pátios cheios de palha, doando para quem quisesse levar. Dependendo da produtividade e do clima, é possível recolher de 6 a 7 toneladas de palha por hectare. A energia elétrica passou a ser um produto e, mais que nunca, a biomassa está valorizada”, afirmou.


Faltam variedades, união e investimentos
Para José Paulo Stupiello, presidente da Stab, falta investimento em pesquisa e percepção de que gastos podem ser, na verdade, investimento. “41% da produção nacional está concentrada em duas variedades que foram desenvolvidas há 30 anos. Temos quatro instituições fazendo melhoramento no país e em 30 anos só temos duas variedades. Isto é um problema muito sério. Variedade é um fator fundamental para alta eficiência”, pontua.


Bartolomeu Braz, que representou a Federação citou ainda a necessidade de investimento em mão de obra qualificada e, para isso, falou dos cursos e treinamentos disponibilizados, de forma gratuita, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás). Ele citou também, a Agricultura de Precisão como exemplo de tecnologia no campo.


“O problema do brasileiro é que ele só vê os gastos, não pensa que é investimento. Quem não capacita a equipe fica para traz. É preciso que o setor tenha este olhar”, acrescentou Stupiello.


Diminuição da safra
André Rocha ressaltou três pontos principais: açúcar, etanol e bioeletricidade. Segundo ele, no que se refere à alimentação, a população mundial vem crescendo e o consumo também, o que faz com que a venda de produtos doces ou o próprio açúcar não seja comprometido. Apesar disso, antecipou que, para o próximo ano, a expectativa é de diminuição de safra.


Amostragens
Henrique Berbert de Amorim Neto, por sua vez, apresentou as “Perdas na indústria de produção de açúcar e etanol”, expondo estudos de casos a respeito de perdas de produto durante o processo de beneficiamento da cana-de-açúcar. “O trabalho de comunicação é importante para a conscientização dos colaboradores dentro da usina. Já o investimento com amostragens e capacitação são muito baratos”, afirma, ressaltando que, dependendo da usina, esse processo é pago em um mês de trabalho.


Realização
O seminário é uma realização do Canal – Jornal da Bioenergia em parceria com o Grupo de Estudos de Maximização da Eficiência Agroindustrial (Gemea) e a Reed Alcântara Machado Ltda. Além desses, o Sifaeg/Sifaçúcar apoiam institucionalmente o evento.

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