Uma delegação do Banco Mundial visita, nesta terça-feira (03), o Sistema Faeg/Senar para conhecer o pré projeto criado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Central), em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) para o fomento da Agricultura de Baixo de Carbono – Programa ABC.
O objetivo da visita é apresentar à delegação o projeto que visa divulgar e capacitar produtores para o uso e benefícios do Programa ABC. Segundo o Senar Central, a região do Cerrado tem uma oportunidade única para desenvolver e implantar novos paradigmas que combinam a agricultura moderna e sustentável com a conservação dos recursos naturais e a promoção do bem-estar humano.
Entretanto, a falta de conhecimento entre produtores sobre a existência das tecnologias e de percepção de suas vantagens, e a falta de mecanismos institucionais de ensinar as tecnologias aos produtores através de capacitação e assistência técnica dificulta o acesso às linhas de crédito proposto pelo ABC.
As ações do Programa ABC estão contempladas no Plano Agrícola e Pecuário, para as quais são previstas a aplicação de recursos na ordem de R$ 3,15 bilhões para a safra 2011/2012 e 3,4 bilhões para 2012/2013, a serem aplicados em técnicas que garantem a eficiência no campo, com impacto positivo no sequestro de carbono.
Na capacitação proposta pelo Senar estão as tecnologias voltas para a Integração de lavoura, pecuária e silvicultura (ILPF), Sistemas de Plantio Direto (SPD), Recuperação de Pastagens Degradada s (RPD) e Florestas Plantadas (FP). Dentro dessa perspectiva, a delegação vai acompanhar, nesta terça-feira, em Anápolis, um treinamento do Senar Goiás de manejo de pastagem, e na quarta-feira, os componentes vão visitar uma propriedade que utiliza a tecnologia de Integração de Lavoura, Pecuária (ILPF).
Senar Central
Segundo a coordenadora de Projetos e Programas Nacionais do SENAR, Patrícia Machado, a visita dos técnicos do Banco Mundial servirá para fazer ajustes no pré-projeto e definir a execução das ações, assim como acertar a liberação de recursos para a realização das atividades previstas no programa, visto que o banco é o agente financeiro do ABC. “É importante o Banco Mundial estar aqui para nos orientar e dessa forma elaborarmos um projeto melhor e que poderá ser aprovado com mais facilidade”, declara.
Na opinião do especialista em Desenvolvimento Rural do Banco Mundial, David Tuchschneider, o ABC foi preparado com muita qualidade pelo SENAR e pelo Ministério da Agricultura e todas as etapas previstas estão avançadas. Ele acredita que após a realização de alguns ajustes - que serão feitos durante a missão e nas semanas posteriores -, o projeto poderá ser encaminhado para aprovação do Programa de Investimentos em Florestas (FIP, sigla em inglês). “Todas as observações que nós fizemos até agora foram realizadas de maneira rápida e eficiente. Estou muito impressionado com a qualidade técnica do SENAR e do Ministério da Agricultura. Creio que as ações práticas poderão ser implementadas a partir de janeiro de 2014”, prevê.
Projeto ABC
Ação conjunta do SENAR, do Ministério da Agricultura e da Embrapa, o Projeto ABC pretende incentivar e difundir a adoção de práticas sustentáveis para a redução das emissões de gases de efeito estufa e sensibilizar o produtor para que ele invista na sua propriedade de forma a ter retorno econômico mantendo o meio ambiente preservado. O SENAR será responsável pela capacitação nas tecnologias, formação profissional e pela assessoria em campo, com recursos do FIP – via Banco Mundial –, que já encaminhou parte do recurso destinado à preparação do projeto.
O ABC vai atender nove estados do Bioma Cerrado (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Maranhão, Bahia, Piauí, Minas Gerais e o Distrito Federal), num período de três anos, com a promoção de quatro processos tecnológicos: recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta, sistema de plantio direto e florestas plantadas.
O projeto prevê a realização de seminários de sensibilização e divulgação nos estados participantes, capacitação tecnológica de produtores e gerentes de propriedades e instrutores do SENAR e, ainda, treinamento dos técnicos que atuarão na assessoria em campo para os produtores. Ao todo, 900 propriedades serão atendidas nos projetos piloto a serem implementados em Minas Gerais, Goiás e Tocantins. 90 estabelecimentos (10%) terão a obrigação de executar uma das tecnologias aprendidas e serão transformadas em cases de estudo e vitrines tecnológicas.
(Com informações do Senar Central)
Foto: Larissa Melo