Michelle Rabelo
O próximo Plano Agrícola e Pecuário foi tema de reunião na tarde desta terça-feira (1). Membros da Comissão Nacional de Política Agrícola da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) vieram até Goiânia onde se reuniram com as principais lideranças de Goiás e da região centro-oeste. O encontro aconteceu na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e teve o objetivo de reunir sugestões para melhorar o documento que trará as medidas relacionadas ao setor agropecuário, especialmente nas linhas de crédito para custeio e financiamento em 2016 e 2017. A maior reclamação dos produtores diz respeito aos altos juros referentes às linhas de crédito disponibilizadas pelo governo federal.
O presidente Faeg, que também responde pela Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA, José Mário Schreiner, recebeu os produtores e membros do setor, além de representantes dos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal. “Hoje coletamos informações e propostas para o próximo Plano Agrícola. Nosso intuito é entender os sentimentos dos produtores, que estão na ponta da cadeia, apontar os principais gargalos e formatar propostas factíveis que atendam os produtores. Queremos hoje discutir também assuntos relacionados as taxas de juros, linhas de crédito e seguro agrícola”, disse. “É um momento importante onde começaremos a definir a política agrícola brasileira para o próximo ano”, completou.
Auxiliando Schreiner a receber produtores e entidades, o gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Novaes, esclareceu que a iniciativa que resultou na reunião partiu da CNA e que outros estados também devem ser palco da discussão. “A ideia é coletar diferentes propostas que contemplem um Plano Agrícola democrático”. Ele explica que a lista de reivindicações dos produtores do centro-oeste é encabeçada por dois pontos considerados essenciais: uma carta de juros menor e recursos que possam atender a subvenção do prêmio do Seguro Rural para todos os produtores do Brasil, o que desoneraria o setor produtivo.
Em um primeiro momento da reunião, o superintendente técnico da CNA, Bruno Lucchi, fez uma breve apresentação do atual cenário econômico do país e retomou o período delicado que o setor atravessou. Depois contou que a Confederação vai visitar outros estados e colher opiniões diversas. O resultado formará uma proposta que represente, ao máximo, os produtores brasileiros. Ele afirmou que a intenção da CNA é que até o final de março a entidade tenha uma proposta formatada que será apresentada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Para o produtor de soja de Mineiro, Rogério Vian, a taxa de juros utilizada nas linhas de financiamentos disponibilizadas pelo governo federal é o maior entrave enfrentado elo setor. “Na minha opinião é necessário que as taxas iniciais - em torno de 6,5% - retornem . Assim, o produtor daria conta de pagar”.