“Todo o mundo precisa comprar leite”. A frase é da zootecnista Rosângela Zoccal, segunda palestrante do 4º Goiás Leite – Seminários Regionais de Pecuária de Leite de Itaberaí realizado na última terça-feira (13), no salão Fasso da Maçonaria, em Itaberaí. Promovido pelo Sistema Faeg/Senar com parceria da Embrapa Gado de Leite e do Sindicato Rural de Itaberaí, o seminário tem o objetivo de trazer informações atualizadas aos produtores rurais da região sobre sanidade animal, gestão da propriedade e perspectivas do mercado de leite.
Com mestrado em produção animal pela Universidade Católica do Chile e pesquisadora da Embrapa há 28 anos, Rosângela Zoccal, falou sobre o tema Gestão da Atividade Leiteira. Para ela, a ideia de sua palestra é de conversar com os produtores sobre a gestão da atividade leiteira. “O que o produtor rural faz, como pode fazer melhor, controlar melhor e ter noção e ideia de tudo que acontece dentro da propriedade da produção de leite”, explica.
Segunda a palestrante, os produtores erram em algumas etapas da produção e a palestra serve para alertar sobre o quanto cada erro pode significar no custo de produção. “Animais muito bons e a falta tem comida adequada é um erro grande. Não se preocupar muito com a parte da reprodução e da qualidade são outros pontos que destaco”, disse Zoccal.
A pesquisadora alerta ainda sobre a importância da pastagem na atividade leiteira. “Para ser um bom produtor de leite é preciso ser um bom agricultor. O leite vem do pasto. O que a vaca come é o que ela vai produzir”, ressaltou. Rosângela ainda falou da importância da palestra na divulgação das pesquisas da Embrapa e como é importante estar junto dos produtores, conversando e sabendo quais os principais problemas enfrentados pela atividade, mas afirmou que produzir melhor depende, primeiramente, da vontade do produtor.
Mercado
A palestrante afirmou aos produtores presentes que é preciso conhecer o negócio e, principalmente, se há demanda de crescimento de mercado de leite no Brasil e no mundo. Os produtores de Goiás e do Brasil estão competindo, hoje, com produtores do mundo inteiro. Ela apresentou que a tendência no mundo é sistema de produção com cada vez menos produtores e maior número de rebanho com fazendas maiores. Ela apresentou ranking com índices de produtividade por vaca, apresentou exemplo do sistema de produção da Nova Zelândia e dados da produção brasileira de leite neste ano e perspectivas para 2023.
Em dez anos o Estado de Santa Catarina cresceu sua produção de leite o equivalente a toda a produção do Uruguai. Segundo Rosângela, todo o mundo está crescendo sua produção e os produtores brasileiros precisam saber que a produção mundial ainda não é suficiente e que se não crescerem e ficarem bons no negócio, o Uruguai e a Argentina ainda vão continuar exportando leite para o Brasil.
Gestão
Para Rosângela, a atividade leiteira é cheia de detalhes e os produtores precisam anotar e acompanhar todos os indicadores zootécnicos e econômicos. Ela citou alguns, tais como o que se gasta com a saúde e alimentação do rebanho, números de vacas em lactação, intervalo entre partos, o que se recebe, além do custeio, remuneração, depreciação, custo de oportunidade, entre outros. A palestrante apresentou exemplo de valores perdidos pelo produtor com base na diferença entre o intervalo de partos de vacas de 12 e 18 meses. “Apenas esse índice demonstra que em alguns casos o produtor está pagando diária de hotel fazenda para a sua vaca, ao contrário de usá-la como produtora de leite e bezerros”, exemplifica.
Abertura
O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, ressaltou, durante a abertura oficial do evento, do objetivo do evento de levar informações importantes ao produtor rural. “Nada mais importante que o produtor saber o que há de novidade na tecnologia e no mercado do leite”, disse. Para ele, todos os programas desenvolvidos pelos Sistema Faeg/Senar foram pensados para melhorar a vida dos produtores rurais, trabalhadores e suas família.
José Mário aproveitou sua fala e divulgou o programa Balde Cheio, do Sistema Faeg/Senar, como ferramenta de melhoria de vida da família rural a partir do aumento da produção leiteira. “O Toledo, que está presente aqui, produzia 70 litros de leite por dia, e hoje produz 400. Apenas foi ao Sindicato Rural, aderiu ao Balde Cheio e seguiu as orientações de técnico para melhoria da gestão de sua propriedade”, elogiou. Ele ainda falou da importância do Pronatec do Senar com meta de capacitação aproximadamente 10 mil alunos do ensino médio com profissão rural para melhorar a produção do Itaberaí, de Goiás e do País.
O prefeito de Itaberaí, Carlos Roberto da Silva, falou da satisfação de fazer parte do momento de aprendizado e troca de conhecimento dos produtores rurais do município e garantiu parceria em todos os eventos destinados a atividade agropecuária de Itaberaí. Carlos Alves de Leles, presidente do Sindicato Rural de Itaberaí, agradeceu a presença da população pelo trabalho que desenvolve e garante destaque ao município e também aos patrocinadores do evento. “Mais uma vez vocês dão suporte à bacia leiteira da cidade sempre nos apoiando com garra e determinação”, disse.
Premiação
O evento também promoveu palestras técnicas curtas direcionadas à atividade leiteira e de interesse ao produtor rural com o assistente técnico Tortuga, Sérgio Cariolando Nunes, o responsável técnico de vendas da Syngenta, Fábio Ferreira, e assistente técnico da Dow AgroSciences, Gabriel Gurian.
Vários brindes foram sorteados ao final do 4º Goiás Leite, com destaque para a novilha prenha no valor aproximado de R$ 4 mil. A ganhadora foi a produtora Vanda Fernandes Vitorino.
Datas e locais dos próximos eventos:
Ceres – 15/08
Ipameri – 16/08
Fotos: Larissa Melo
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