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Transformações econômicas mundiais norteiam mercado

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As carnes bovina, suína e de aves e suas tendências mundiais

A comercialização e mercado nortearam as palestras do quarto painel do Congresso Internacional da Carne, nesta quinta-feira (27), no Centro de Convenções de Goiânia. Com um auditório formado por técnicos, empresários, produtores e estudantes, os palestrantes debateram temas ligados ao mercado das carnes bovinas, suínas e de aves no Brasil e no mundo. O ex presidente do Banco do Brasil e doutor em economia, Gustavo Loyola levantou questões sobre o futuro da proteína animal frente às transformações econômicas mundial.

Para entender essas transformações, segundo ele, é preciso falar da crise econômica que os Estados Unidos sofreram em 2008 e a atual crise na Europa. “O país teve que trabalhar muito para conseguir recuperar sua economia. E essa recuperação só está sendo possível graças aos estímulos à moeda americana dada pelo Banco Central.” Ele explica que no continente europeu a crise é ainda mais complexa que a americana, já que os países da Europa enfrentam a crise fiscal, bancária, de crescimento. “O que aumenta a crise é o fato de serem vários países com políticas fiscais distintas”, explica.

O doutor destaca que o continente acaba tendo um crescimento muito baixo. “Percebemos a recuperação da economia americana, mas não podemos esperar o mesmo da Europa, e isso causa uma grande influência na política europeia para a agricultura.”

Ele lembra que do outro lado está a China, o mercado mais importante em relação ao crescimento da proteína animal. “Esse país é fundamental para o agronegócio. Houve uma redução de crescimento Chinês, que, mesmo assim, tem um grande potencial para o Produto Interno Bruto (PIB), algo em torno de 7% ao ano.” Loyola afirma que isso é suficiente para sustentar a demanda de commodities relacionadas a alimentos. Para ele, há perspectivas de aumento dos salários e do consumo interno na China. “Isso favorece o consumo de proteína animal. ”

O doutor também fez uma rápida análise sobre o Japão, Ásia e América Latina. “O Japão enfrenta dificuldade de crescimento, devido aos problemas demográficos, já que lá os índices de migração são bem pequenos. Na Ásia, podemos considerar que as perspectivas de crescimento são boas.” Para a América Latina, as previsões são dividas por conta de se tratar de um continente que tem países com boas políticas, e outros que estão em retrocesso.

O Brasil, segundo Loyola, está perdendo acordos comerciais importantes, devido a falta de uma política comercial adequada. “O estado acaba negligenciando acordos bilaterais que serão muito positivos para a economia do país.” Para o doutor, é preciso dar uma “sacudida” na política comercial brasileira. “O Brasil enfrenta uma turbulência na questão econômica e sofre com as mudanças do mercado internacional, como a valorização do dólar contra as outras moedas.”

Ele observa alguns pontos de atenção para o Brasil, como o adicional de demanda, aumento externo e consumo doméstico. “A média de consumo de proteína animal per capita é de 40 Kg por habitante. Precisamos trabalhar para aumentar esse consumo.” Ele conclui que, a questão da certificação e de adequação privados de sustentabilidade ambiental será fundamental para a concretização das estimativas positivas para a evolução da produção nacional de carne bovina.

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A tendência do mercado mundial de carnes foi destacada pelo representante do banco agrícola Rabobank, Gulherme Bellotti. Para ele, o aumento de renda é proporcional ao aumento de proteína, e isso exige dos países um aumento de produção. “Podemos considerar os principais países responsável por suprir essa demanda. Em primeiro lugar está o Brasil, que será o principal supridor de alimentos, seguido dos Estados Unidos”, fala.

Bellotti explica que a tendência pode ser avaliada por alguns pontos deltas, como, por exemplo, a questão das variações que vão impactar ainda mais o mercado de proteína. “O apetite asiático também é outra questão. O consumo cresceu da mesma maneira que aumentou a renda da população.” De acordo com ele, a grande variação de renda virão da China, Índia e Indonésia. “É esperado um aumento de consumo de 60% nos próximos 10 anos.”

Entre os tipos de carne, ele acredita que a carne de frango é que vai liderar o consumo na Ásia, principalmente por se tratar de ter um preço mais em conta e, também, por não possuir restrições religiosas. “Seguindo esse ranking, está a carne suína, que teve um aumento de 10%. Lembrando que a carne bovina cresce de forma aceleradamente.”

Para a carne bovina, ele analisa que a oferta global voltou a crescer, mas, de maneira limitada. “Nos EUA, a oferta de boi gordo para o abate está restrita. Na Europa, os preços da carne bovina são considerados altos.” Bellotti afirma que a Índia invadiu o mercado global com a carne de búfalo, e isso impactou em outros países. “O potencial de crescimento é grande, mas deve desacelerar. Principalmente pela segurança alimentar, já que na Índia ainda existem muitos abates clandestinos.”

Na China, ele conta que os preços de carne bovina aumentaram de forma substancial, e diminui a produção. “Isso se deve pelo apoio governamental que é limitado.” Mas, ele garante que esse fato abre espaço para importações de carnes bovinas. A oferta no Brasil tende a continuar firme, pelo menos até 2014. “O nosso cenário não vê redução na produção bovina.”

Avaliando a carne de frango, ele crê que a rentabilidade voltou ao setor. “A produção está dando sinais de crescimento nos EUA, principalmente após a seca americana. A Tailândia compete com o Brasil na produção e exportação, e a União Euorpeia e Japão tiveram um aumento de produção em 2012 e diminuição da exportação.”

Fotos: Mendel Cortizo - Legenda: Gustavo Loyola (alto) e Guilherme Bellotti.

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