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Um desafio, uma ideia e muita determinação transformam fisioterapeuta em produtora de carneiros de elite em Mineiros

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Aline Alarcão Lemos Oliveira e o marido Weig Oliveira Martins receberam um desafio em 2012. Uma fazenda de herança do sogro dela. Desafio porque ela é formada em fisioterapia e psicopedagogia e o esposo em análise de sistemas. A propriedade ainda foi assumida sem nenhum nicho de sucessão trabalhado.

“Apesar de sabermos que o caminho não seria fácil, largamos os empregos e a casa na cidade, juntamos nossa mudança e viemos morar na Fazenda Cabeceira da Água Limpa, em Mineiros, Goiás. A nossa propriedade fica bem próxima da cidade e não nos atrapalhou na questão da escola das crianças. Nós temos três filhos, o Dimitri que hoje está com 15 anos, a Ana Clara que está com 11 anos e a Lívia Fernanda, hoje com 6 anos e que já nasceu na fazenda. Mas, na ocasião, tinha dois filhos. A questão era: O que fazer com uma propriedade de 30 hectares, sendo quatro deles ocupados pela sede e o restante arrendado para produção de cana de açúcar?”

Mas o olhar atento de Aline encontrou um segmento de trabalho para ser explorado na propriedade meio que por acaso e numa atitude mais uma vez corajosa diante de algo totalmente desconhecido. Isso aconteceu quando o casal ganhou três ovelhas de presente de um amigo. Ela ficou encantada. Assim que elas pariram na fazenda, enxergou ali uma oportunidade de negócio.

“Os carneiros são animais dóceis e fáceis de mexer e nós tínhamos nossos acertos trabalhistas para receber. Nós investimos tudo em carneiros! Saímos nestas fazendas aqui de perto, de conhecidos a desconhecidos, e compramos toda e qualquer ‘bofera’ que possa se imaginar (risos)... Trouxemos toda e qualquer doença para a fazenda também! (risos) Enfim, muitos morreram, outros nasceram, vendemos uns e, quando já estávamos com cerca de 70 cabeças sem raça e com intuito de produzir carne, buscamos auxílio de um veterinário de Goiânia”.

O veterinário André Rocha era da Associação Brasileira de Criação de Ovinos e sugeriu ao casal trabalhar com carneiros de elite. Como a propriedade é pequena destacou que poderia ter uma boa rentabilidade já que animais dessa categoria possuem um valor agregado gigantesco. Aline e o marido começaram a pesquisar e venderam tudo o que tinham na fazenda para comparar animais PO de São Paulo. “Tudo Dorper, branquinho da cabecinha preta. Eram machos e fêmeas, mas não deu muita coisa, pois eles eram bem caros. Foi assim que, em 2015, nós começamos ”.

O negócio passou a crescer e a se modificar a partir daí. Foi feito melhoramento genético das matrizes, e hoje os animais competem em qualidade com qualquer outro do País. Atualmente os machos são vendidos, além de GO, para MS, RO, PA, TO, DF e várias cidades de MT. O mercado está em grande crescimento, tanto que o casal não consegue atender toda a demanda que vem recebendo.

Paralelamente a tudo isso, Aline cursou agroecologia na Universidade de Mineiros. Hoje possui um núcleo de agroecologia na propriedade, onde tem um trabalho de preservação das matas ciliares e nascentes. Também é feito reflorestamento gradativo com árvores frutíferas e espécies do cerrado.

“Meu sonho era não precisar ir ao supermercado para comprar nada. Eu ainda não consigo, mas vou conseguir! Mas, quem banca isso é a nossa produção de ovinos e a natureza tem nos ajudado bastante. Na hora da nossa prestação de contas, tenho certeza que vamos poder chegar para Deus e falar: “Fizemos o melhor possível com aquilo que nos foi dado”.

Aline reforça que a transição da vida urbana para se tornar uma mulher do agro foi mais leve porque recebeu o incentivo de outras mulheres que já tinham desbravado esse caminho. “Eu agradeço a todo o apoio que recebo. Inclusive da Cristiane Steinmetz, enquanto mulher do agro. É muito importante poder contar esta história para que as pessoas vejam que não é só com muita grana que se consegue sobreviver no campo, morar na fazenda e criar nossos filhos de uma forma mais saudável, com valores diferentes. É isso que eu prezo e é isso que estamos fazendo. Inclusive, já estamos trabalhando a sucessão com o nosso filho que já tem 15 anos de idade e já está bem engajado. Ele está cursando o Ensino Médio e almejando a faculdade de veterinária. Se ele responder, os planos para ele estão na área do melhoramento genético, da inseminação e, como se diz, “o céu é o limite”.

Comunicação Sistema Faeg/Senar

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