Goiás foi o segundo Estado brasileiro em número de empregos formais no ano de 2017, ficando atrás apenas de Santa Catarina, revelou o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caced), cujos dados foram divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Durante todo o ano passado, foram realizadas 577.658 admissões de trabalhadores e 552.288 desligamentos, o que resultou em saldo de 25.370 empregos formais. No País, o Caged apontou uma redução de 0,05% em relação a 2016, com o fechamento de 20.832 vagas.
Em Goiás, os setores que mais geraram empregos, em números absolutos, foram serviços, comércio e indústrias de transformação, mas o setor agropecuário está por trás do bom desempenho. “A força vem do campo. Se há aumento na demanda de serviços é porque há dinheiro na praça e ele vem do setor agropecuário, principalmente da agroindústria”, afirma o presidente da Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (Acieg), Euclides Barbo de Siqueira, citando como exemplos indústria esmagadora de soja, de frangos, usinas de açúcar e álcool. "Os números mostram exatamente o que está acontecendo no Estado."
Outro aspecto é o protagonismo do brasileiro e do goiano, em particular, que busca empreender. Criando empresas, geram-se empregos. "Cria-se um círculo virtuoso", diz Euclides, que aproveita para cobrar uma compensação por parte do governo para reduzir impostos nesse ramo de atividade.
O presidente da Acieg lembra que as micro e pequenas empresas são responsáveis por 85% da produção do País. “É preciso fomentar essa atividade, reduzindo impostos”, propõe.
Agropecuária
Diretor-executivo do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Edson Novaes, ressalta que o setor agropecuário teve aumento de 3,42% em 2017 em relação a 2016. "Estamos em plena safra de grãos, com o período das águas, e a partir do início do próximo mês, a geração de empregos vai se intensificar, porque estamos colhendo a safra de verão e plantando a segunda safra", enumera. Novaes pontua ainda que, no ranking nacional, o setor agropecuário de Goiás está em quarto lugar na geração de empregos, atrás de São Paulo, Mato Grosso e Minas Gerais, o que comprova sua importância.
Privilégio masculino
Após perder 2,8 milhões de empregos com carteira assinada em 2015 e 2016, o ritmo de demissões caiu no ano passado e 20,8 mil postos de trabalho foram fechados em 2017. Há, porém, segmentos em que empregos estão a todo vapor. Jovens de até 24 anos e trabalhadores com nível médio ou ensino superior ganharam espaço no mercado de trabalho. A razão, porém, é negativa-empresas contratam jovens com salários menores e escolarizados aceitam empregos que exigem qualificação inferior para voltar ao mercado. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostraram que trabalhadores mais jovens, com até 24 anos, foram beneficiados com a criação de 823,9 mil postos de trabalho em 2017. Ou seja, brasileiros nessa faixa etária tiveram mais contratações do que demissões. Para os mais velhos, o comportamento foi exatamente o contrário. Nas faixas com idade superior a 25 anos, 844,7 mil empregos foram destruídos em 2017, sendo que apenas na faixa entre 50 e 64 anos foram fechados 379,9 mil vagas. "Essa é uma estratégia de sobrevivência das empresas.
Quando você contrata um jovem, paga salário menor", disse o coordenador-geral de estatísticas do Ministério do Trabalho, Mário Magalhães. Os dados confirmam o fenômeno: empresas demitiram mais velhos para substituí-los por jovens mais baratos. Em dezembro, demitidos tinham salário médio de R$ 1.701, enquanto os que foram contratados ingressaram com média de R$ 1.476 - ou 13% menos. Magalhães confirma que, na verdade, cada vez mais as pessoas estão aceitando postos abaixo de sua qualificação.
Fonte: Agência Estado
Foto: Arquivo Faeg