ATeG do Senar: um negócio de raízes fortes

Com apoio da Assistência Técnica e Gerencial, produtor garante boa renda com cultivo escalonado de mandioca

Depois de anos trabalhando com transporte escolar, foi por acaso que Cléber Rosa transformou a oportunidade de vender mandiocas em um negócio lucrativo e em expansão. “Eu tinha chegado de uma viagem a São Paulo e minha irmã e meu primo, que trabalhavam com mandioca, me pediram para levar uma carga para eles em Rio Verde, porque não conseguiam ir. Me deram 15 quilos para eu vender e tomar um café”, relembra.

Aproveitando a viagem, ele parou nos comércios para oferecer os produtos. “A dona do primeiro supermercado que falei, perguntou quantos quilos eu tinha, eu disse: ‘só tenho 10’. E fechei os 10. Fiquei com cinco quilos no carro, passei em outros quatro lugares e deixei as amostras. Na semana seguinte, o pessoal ligou perguntando se já tinha mais em grande quantidade para entregar. Foi aí que de fato começou meu trabalho com mandioca”, conta.

No início, Cléber não produzia. Comprava de outros fornecedores, mas enfrentava um problema comum: a irregularidade na qualidade. “Um dia, uma mandioca produzia 100% de qualidade, da outra semana já era inferior. Aí decidi plantar meu próprio mandiocal”, afirma.

Mas a primeira tentativa não saiu como esperado. “Plantei na época da chuva, colhi, e com 60 dias acabou. E eu já tinha um produto de primeira qualidade na mão, voltei a comprar de fora, mas enfrentava a mesma dificuldade de não encontrar mandioca com a mesma qualidade que eu produzia.”

A mudança veio com a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Goiás. “Aí uma vantagem imensa. Eu não tinha ideia de fazer talhão escalonado. Achava que a área que eu tinha de 1,8 hectares, só dava para dois ou três talhões. Hoje estou com nove. Um talhão produzindo, talhão chegando, talhão plantado. Isso é essencial para manter a qualidade das mandiocas que entrego e garantir a minha clientela”, confirma.

Com o escalonamento, ele passou a colher o ano todo, adotando manejo eficiente e manejo adequado. “O resultado foi visível! Antes da assistência, o máximo que eu colhia era 7 ou 8 raízes por pé. Hoje é difícil cair para menos de 12 ou 13 raízes”, comenta o técnico do Senar Goiás, Sidarta Oliveira, lembrando do manejo quando começou o acompanhamento na propriedade. “Antes, ele plantava sem correção de solo, sem adubação, tudo de uma vez. A produtividade era de 5 a 6 quilos por pé. Hoje, estamos em torno de 8 a 12 quilos por pé.”

Cléber passou a aproveitar até as ramas da mandioca para produzir silagem e diversificou os produtos empregando seis pessoas para ajudar desde o plantio até o beneficiamento. “A gente aproveita praticamente tudo da mandioca. Estou usando a silagem para o meu próprio gado. Vendo a mandioca embalada a vácuo para mesa, a picadinha para o quibe e a massa para bolo, o mané pelado. Mas as maiores vendas são dos pacotes da mesa”, explica.

A produção mensal gira em torno de 6 mil quilos de mandioca, com beneficiamento de 1.400 a 1.500 quilos por semana. “Quero chegar a 3 mil quilos beneficiados por semana e montar minha agroindústria”, planeja.

Outro avanço foi a separação entre produção e beneficiamento na gestão. “Hoje ele faz o custo de produção da mandioca como se estivesse comprando de outro fornecedor, mas é dele mesmo. Isso dá controle sobre a qualidade e sobre os custos. O custo por quilo de mandioca hoje sai a R$ 1,25. Muito mais barato do que comprar de fora e com qualidade superior”, relata o técnico de campo Sidarta.

A Assistência Técnica e Gerencial pode ser solicitada de graça nos Sindicatos Rurais de Goiás. Agora, Cléber quer consolidar a presença no mercado com duas marcas próprias: Mandioca Fortaleza e Mandioca Capivari. Ele vê um futuro promissor com o que antes era apenas uma entrega eventual. “Meu objetivo é crescer ainda mais. Vejo um futuro grande nessa área. Com o apoio do Senar Goiás, estou construindo muito mais do que um negócio. Literalmente estou cultivando raízes fortes para o futuro da minha família”, conclui otimista.

Comunicação Sistema Faeg/Senar

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