Irregularidade das chuvas reduz o ritmo da semeadura e pode comprometer o calendário do milho safrinha
O avanço do plantio da soja na safra 2025/2026 em Goiás está aquém do esperado para esta época do ano e acende um alerta importante para o setor produtivo. A análise é do gerente técnico do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Leonardo Machado, que aponta que o regime irregular de chuvas tem sido o principal responsável pelo atraso.
“Atualmente, 65% das áreas a serem semeadas com soja já foram plantadas. Só para fazer um comparativo, no ano passado, nesse mesmo período, o índice era em torno de 80%, e a média histórica para esta semana seria de aproximadamente 75%.”
O especialista ressalta que o produtor enfrenta sucessivas interrupções por causa do tempo com pouca chuva. “As chuvas demoraram para iniciar e, quando começaram, se mostraram irregulares, fazendo com que o produtor comece a plantar, pare, espere novas chuvas e volte a plantar”, explica.
Ainda de acordo com Leonardo Machado, embora o atraso não comprometa diretamente o potencial produtivo da soja neste momento, ele traz um risco significativo ao planejamento da segunda safra.
“Para a soja, particularmente, esse atraso não impacta quando falamos em potencial produtivo, mas há muita preocupação quando pensamos no plantio da safrinha, já que é necessário plantar a soja no momento correto para colher, no mais tardar até o final de fevereiro e então iniciar o plantio do milho”, afirma.
A consequência pode ser a diminuição da janela ideal para o milho safrinha, levando muitos produtores a buscarem alternativas. “Esse atraso compromete muito o plantio do milho safrinha, fazendo com que o produtor migre para o sorgo, arroz, girassol ou outra cultura mais resistente às condições climáticas”, completa.
O gerente técnico do Ifag também destaca que as instabilidades no clima persistem. “Neste momento, observamos um cenário com vários dias sem chuva, e as previsões indicam precipitações apenas para o fim desta semana. Portanto, esse atraso pode ser ainda mais prejudicial”, alerta.
Além disso, ele lembra que o desenvolvimento inicial das lavouras depende da regularidade da umidade no solo. “As áreas já plantadas dependem de chuva para o desenvolvimento inicial e, com a falta dela, podemos ter impacto no potencial produtivo ou, em casos mais graves, necessidade de replantio”, pontua. Segundo Machado, até agora os relatos de replantio são “pontuais, mas nada que preocupe neste momento”.
Imagem: divulgação
Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag