Com o objetivo de discutir e disseminar os avanços científicos e tecnológicos de toda a cadeia produtiva da citricultura, além de promover a troca de experiências entre os vários profissionais da área frutícola goiana, foi realizado nesta quinta-feira, 28, na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em Goiânia, o 15º Seminário da Citricultura Goiana. Para o presidente da Comissão de Fruticultura da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Glauber Pires Ferreira, eventos como este são importantes para trazer panorama do setor e mostrar a importância para a sociedade. “A cada um hectare de área plantada de fruticultura gera um emprego direto no Brasil. Por isso, o fator socioeconômico é muito importante para o país, além da geração de riquezas”, revela. A realização é da Ativa Agropecuária.
Segundo Glauber, a fruticultura, quando comparada com atividades convencionais, como exemplo, a produção de soja, é cerca de oito vezes mais lucrativa. “O potencial de ganho é uma alternativa muito importante para o pequeno produtor”, comenta. Para ele, o objetivo principal do seminário é abordar o setor de citricultura como um todo, destacando os aspectos técnicos desta cultura, como irrigação e manejo. “O evento pretende apresentar fatores que contribuem para o desenvolvimento deste setor e também as oportunidades que a citricultura tem para os próximos anos”, relata.
O presidente da Faeg e do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), José Mário Schreiner, diz que o debate a respeito da citricultura é bastante importante. “Precisamos abordar os principais gargalos e as potencialidades de avanço da citricultura goiana, porque sabemos que o setor ainda precisa avançar e que os desafios são enormes”, diz. Ele também cita um caso comum que ocorre na lida diária no campo. “Se um produtor de laranja tem uma perda grande de produtividade, ele terá que buscar um incentivo para a produção continuar”, contextualiza.
ATeG e tecnologia
Uma das apostas para solucionar os impasses do setor é a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Goiás, na qual a citricultura tem sido também assistida de perto pelos técnicos. Esta temática foi abordada pelo gerente de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar Goiás, Guilherme Bizinoto. Na ocasião, ele falou sobre o programa Senar Mais, que tem o objetivo de intensificar a produção, manejar os fatores produtivos de uma propriedade, de maneira individual e de forma tecnológica, proporcionando ao produtor tecnologias para que ele obtenha uma produção elevada e custos mais baixos. Atualmente, o programa atua em todas as regiões de Goiás.
Atualmente, 1.640 mil produtores são assistidos pelo programa, distribuídos em sete cadeias produtivas: apicultura, fruticultura, horticultura, ovinocaprinocultura, pecuária de corte, pecuária de leite e piscicultura. Disponível em todo estado, somam 89 técnicos de campo que assistem os produtores rurais mensalmente, distribuídos em cerca de 100 municípios, atuando em todas as regiões do estado.
Outro assunto abordado no evento foi a temática ‘Agricultura de Precisão’, ministrada pelo diretor da GeoData, Vinícius Saque Ribeiro. Segundo ele, cada vez mais o produtor deve se atentar às novas tecnologias que o setor oferece, para que ela seja colocada em prática. “Precisamos utilizar cada vez mais a Agricultura de Precisão, para avançarmos no setor de Citricultura. Isso, porque nosso produtor precisa ser melhorado, mas antes temos que saber como aplicar esta tecnologia”, comenta. Como benefícios do uso desta tecnologia ele cita o manejo e variabilidade das áreas para o aumento da produtividade e dos lucros; uso racional de corretivos, fertilizantes e insumos; conhecer melhor o potencial produtivo; posicionar adequadamente os materiais e produtos e a melhor gestão de gastos e manejo da cultura.
Importância
Para o vice-presidente da Comissão de Fruticultura da Faeg e também presidente da Associação Goiana dos Citricultores (Agocitrus), Almir Cavalcante, o setor de citricultura vem sendo discutido há mais de 20 anos, mas somente em 2002 foi que as discussões tomaram um rumo diferente, tornando-se seminário. Para ele, é de fundamental importância falar sobre o setor. “Evoluímos bastante nestas discussões, hoje, por exemplo, envolvemos não apenas os produtores rurais e consultores, mas também entidades, universidades e técnicos que trabalham nesta área de diferentes estados. Nosso intuito é entender como a citricultura se comporta neste estado”, sinaliza.
De acordo com ele, um dos pontos fundamentais frisados no seminário é a importância de chegar antes, treinando o produtor rural, e não apenas os técnicos desta área. “Temos a missão de fazer com que o produtor identifique doenças, sintomas identificados neste tipo de cultura. Já que ele vendo o que deve ser feito num seminário como este ele já identifica e comunica para técnicos, consultores e até mesmo para órgãos de defesa para que sejam tomadas medidas cabíveis que solucionem problemas como estes”, explica.
Texto: Juliana Barros
Fotos: Larissa Melo