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Campo tenta superar sombra

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Apesar dos avanços na conectividade e até teste com 5G, agronegócio goiano ainda tenta ultrapassar dificuldades das áreas sem cobertura de internet na zona rural

Goiás tem internet móvel de quinta geração (5G) que funciona em caráter experimental para projeto voltado ao agronegócio, em Rio Verde, no Sudoeste. Porém, em contraste com essa inovação, está a maior parte da zona rural goiana, que convive com as dificuldades da falta de qualquer sinal de internet móvel, na chamada zona de sombra das operadoras de telefonia.

O resultado são maquinários modernos e novas aplicações que poderiam ser utilizados de forma completa, com coleta de informações em tempo real, e não são. Para tentar superar esse gargalo, há projetos em desenvolvimento no Estado que driblam a falta de sinal nas lavouras e pastos e buscam promover conectividade.

Há pelo menos um milionário que terá expansão de torres, no ano que vem, para cobrir com 4G quase a totalidade da produção de uma grande propriedade. De outro lado, há soluções com rede de baixo custo do tipo LPWAN (Low Power Wide Area Network), que cobre áreas amplas e pode conectar sensores e dispositivos sem depender das empresas de telefonia.

Esta última opção é a aposta atual do produtor de leite e grãos de Orizona, no Sudeste, Geovando Pereira. A fazenda tem internet via satélite. O problema é que a conexão, com pacote de dados limitado, está na sede e a quilômetros da produção, do maquinário e de sensores. "Não precisamos só de WhatsApp, está certo que é importante, mas as máquinas vêm com tecnologia avançada e não tem como funcionar, porque não temos respaldo. Estou a 15 quilômetros da cidade, mas não tem torre e não pega sinal de telefone direito e isso é limitante."

Pela Lei Geral de Telecomunicações e em contratos em vigor, segundo informa a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as obrigações para o serviço de telefonia móvel englobam os distritos sedes dos municípios. E é considerado atendido aquele cuja cobertura contenha, pelo menos, 80% da área urbana, o que deixa a zona rural na sombra para ser atendida apenas se for de interesse das empresas privadas.

Assim, Geovando, como tantos outros, observam os limites em contraste com desenvolvimento da tecnologia para o campo. Entre os desejos não realizados, ele queria fazer leitura do pivô na lavoura direto da sede da fazenda e não tem como; gostaria que problemas no maquinário pudessem ser resolvidos remotamente, já que há concessionária que oferta essa possibilidade, e almeja ser mais ágil para controle do rebanho e coleta de dados, que é feita manualmente em papel para ser lançada em aplicativo para análise e tomada de decisão 15 dias depois.

Sensores

A esperança vem de uma caixinha feita em impressora 3D, com valor aproximado de R$ 50, com rede capaz de conectar sensores e fazer a transmissão de dados até a sede para então ganhar a internet. Ele faz parte do grupo de 18 produtores do programa piloto chamado Conecta Campo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás), que teve início em agosto deste ano e propõe levar conhecimento e essa solução de baixo custo aos interessados.

Geovando já está com sensor de umidade e temperatura. O objetivo é levar para o estábulo e medir constantemente para decidir remotamente se liga ou não ventiladores e ter controle mais preciso, por exemplo. "Ao alojar as vacas no compost barn, precisa ter esse controle para produção de leite", diz ao citar que como ele outros produtores da região testam as possibilidades e há sistemas mais complexos em estudo. "Há levantamento de problemas e vemos o que tem para tentar solucionar", descreve.

Segundo o gerente de inovação do Senar Goiás, Fernando Borges, o programa envolve a capacitação de produtores e validação do que é viável sem ter de esperar que 3G ou 4G possa atendê-los. A tecnologia LoRa (Long Range), parte das possibilidades do sistema LPWAN, é a aposta para transmissão de dados coletados por sensores diversos.

"É possível enviar para até cinco quilômetros e criar malha de dispositivos. O trator não precisa daquela internet do celular, com a caixinha, a placa transmite e chega a informação na sede, que com internet manda para nuvem." Dados diversos podem ser coletados em campo de forma automática com a comunicação entre máquinas. "Fala-se muito de Goiás na vanguarda com a validação de tecnologias como 5G. Mas conectividade quer dizer mais do que internet", pontua.

De outro lado, outro grande problema, como reforça, é o uso efetivo dessas informações geradas. Por isso, ele explica que há capacitação para saber o que fazer com que tudo que os sensores captam. Ao mesmo tempo, ocorrem desafios para que startups produzam soluções para o campo. Nos últimos anos, o uso efetivo delas também esbarrou nos limites de infraestrutura, já que na ponta os agricultores e pecuaristas não conseguem ter a conectividade necessária.

Conectividade precisa melhorar, diz secretário

"Temos o diagnóstico de trabalho de infraestrutura ainda a ser desenvolvido nas propriedades rurais e a conectividade é um dos pontos a serem melhorados no processo como um todo", pontua o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Antônio Carlos de Souza Lima Neto. Ele afirma que além do projeto experimental do 5G, que é uma iniciativa do governo estadual com operadora Claro e Huawei e envolve trabalho com inteligência artificial e internet das coisas, há esforços para levar o acesso de internet via satélite para alguns locais da zona rural goiana.

Dez assentamentos foram atendidos. "Trabalhamos para consolidar um número maior para contribuir com acessibilidade porque temos a convicção de que o avanço passa por esses caminhos." O secretário reconhece as desigualdades que são reforçadas pela dificuldade de sinal da telefonia móvel no campo. "Temos uma pujante agricultura familiar, importante para economia, e temos trabalhado para possibilitar incrementar tecnologia e efetivamente trabalhar com os meios à disposição", afirma.

Sobre a falta de ofertas pelas empresas de telefonia, avalia que parcerias como a feita para experimento com 5G podem ocorrer para que de fato o Estado passe a frente no quesito conectividade. A reportagem questionou a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) sobre o tema e a reposta foi de que esse é um desafio do poder público. Já que o serviço móvel pessoal (SMP) é prestado sob regime privado, a expansão nas áreas rurais depende do plano de negócios e estratégia de atuação comercial das prestadoras.

"Ciente da importância de expansão do serviço, a Agência elaborou um documento visando diagnosticar quais são as lacunas nas redes de transporte e de acesso em todo o país e propor projetos de investimentos capazes de suprir as deficiências identificadas", diz. Cita que um dos passos importantes foi dado pelo Plano Geral de Metas de Universalização (PGMU), que obrigou as concessionárias de telefonia fixa a instalarem antenas com tecnologia 4G ou superior, até dezembro de 2023, em 1.473 localidades - dessas, 38 em Goiás (povoados e vilas). Em contrapartida, poderão reduzir investimentos com telefones de uso público (orelhões).

Com edital do 5G a agência informa que também é esperada contribuição para ampliar a rede móvel nas áreas rurais.

Em Goiás, a Tim e a Claro possuem projetos voltados para o campo. A TIM afirma ter 5 milhões de hectares conectados com 4G no País, que para ampliar a cobertura "desenvolve alianças estratégicas e parcerias com hubs de negócios e aceleradora de startups" e que espera até o fim de 2021 ter 13 milhões de hectares na cobertura. Entre os grandes clientes em projetos no setor está a Jalles Machado, agroindústria goiana, que possui maquinário conectado com a rede de quarta geração para ganhos de produtividade.

A Claro também tem considerado estratégico atuar no setor e diz investir em plataformas com infraestrutura para as regiões mais remotas por meio de tecnologias (como o CAT-M), instalações de estação rádio base e soluções de banda larga via satélite. Uma das grandes apostas é a expansão da rede CAT-M - que permite a criação de dispositivos de baixo consumo de energia e latência. "Hoje, a infraestrutura com padrão de conectividade LTE CAT-M (CAT-M) da Claro cobre mais de 90% dos sites de 4G Claro e até o final de 2020, atingiremos 100%." Além disso e do teste com 5G, a operadora promete novidades.

Reportagem: O Popular

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