Michelle Rabelo
Para fazer jus ao título de estado agropecuarista e levantar questões que podem alavancar ainda mais o setor, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) fez questão de participar da sabatina com os candidatos ao governo estadual, que ocorreu na manhã desta quarta-feira (10). O evento, organizado pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg), contou com a participação dos quatro primeiro colocados na corrida à Casa Verde. Durante cerca de quatro horas, Antônio Gomide (PT), Marconi Perillo (PSDB), Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PSB) falaram sobre assuntos variados. Os nomes foram escolhidos de acordo com a última pesquisa do Instituto Serpes, divulgada no dia 31 de agosto.
O debate foi dividido em cinco temas, sendo que cada candidato teve 1h para apresentar seu plano de governo, responder a cinco perguntas e fazer sua explanação final. Eles foram questionados sobre temas relacionados ao setor produtivo, segurança pública, educação, saúde, infraestrutura, transporte, entre outros. Com o tema “A embalagem não importa, os empresários querem saber suas ideias”, a sabatina foi realizada pelos Fóruns Empresarial de Goiás, de Habitação de Goiás e Permanente Industrial de Comunicação de Goiás.
A Faeg levantou a questão sobre a inovação tecnológica, abordando temas como pesquisas, assistência técnica e extensão rural. Para o presidente da entidade, Leonardo Ribeiro, essa inovação apresenta-se como um dos pilares do desenvolvimento do agronegócio, em especial no aumento da produtividade e na modernização das práticas agrícolas e pecuárias. “Precisamos cada vez mais desta inovação para inserir os produtos agropecuários goianos nos mercados interno e externo”, disse.
“Em Goiás existem iniciativas de empresas, de entidades privadas e de grupos de produtores. Mas essa atuação não é suficiente para o atendimento das necessidades mais amplas do setor. Precisamos ampliar os recursos a serem destinados à reestruturação e fortalecimento da pesquisa, assistência técnica e extensão rural”, pontuou.
Agronegócio: a bola da vez
O primeiro a participar da sabatina foi Antônio Gomide (PT). O ex prefeito de Anápolis disse que sua intenção é fortalecer, cada vez mais o agronegócio goiano. “Quero fortalecer as universidades com novos cursos e fazer com que Goiás encampe as pesquisas, aumentando assim a produtividade. Fazer do agronegócio a bola da vez para que Goiás possa realmente ser o maior produtor de grãos do Brasil”, pontuou.
O petista citou também a criação dos Centros Tecnológicos, de facilidades para que o produtor receba um direcionamento técnico adequado e de meios de fortalecer a agricultura familiar. “Precisamos dar as mãos ao setor produtivo, a agricultura familiar e ao agronegócio para cada vez gerar emprego e renda no nosso estado”.
Goiás: o estado da inovação
Segundo a falar para o público presente na Acieg, o governador e também candidato, Marconi Perillo (PSDB) focou muito no trabalho de inovação que deve ser feito caso ele continue ocupando a cadeira de gestor de Goiás.
O tucano falou sobre uma visão sistêmica do estado e sobre a atenção que vem dando ao setor agropecuário. “No próximo governo a intenção é investir entre 180 e 200 milhões em pesquisas. Vamos continuar apoiando as pesquisas através dos recursos repassados à Fapeg - Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás”, pontuou, já alegando sua preocupação com a área das pesquisas agropecuárias. “Quero estudar uma estratégia para investir mais nessa área que traz grande parte da renda do nosso estado”.
Marconi finalizou prometendo a criação do Sistema S, com o objetivo de capacitar o trabalhador goiano. Ele disse que pretende também o Goiás Sem Fronteiras, inspirado no Ciência Sem Fronteiras, que faz parte do programa do Governo Federal da presidente Dilma Rousseff .
Celg: prejuízo à agricultura e pecuária
Iris Rezende (PMDB) bateu forte no tema energia, e afirmou que quando foi governador, foi responsável pelo abastecimento desse setor no País, além de ter tido participação na construção de rodovias. “Goiás começou a experimentar o crescimento que a minha geração não esperava. Crescemos também em outras áreas como educação e segurança.”
Segundo o peemedebista, a solução é construir novas subestações de energia e “acabar de uma vez por todas com tantos prejuízos que o produtor rural tem encontrado no caminho”. Ele fez questão de citar ainda que foi também em seu governo que a energia chegou à zona rural e que as estradas foram abertas e asfaltadas.
Fortalecimento da assistência técnica
Vanderlan Cardoso (PSB), último a se pronunciar, elencou entre os temas abordados, a questão da assistência técnica e extensão rural. O candidato prometeu fortalecer o trabalho feito pela Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater), que “ultimamente não vem atendendo o pequeno produtor. O médio e o grande têm suas facilidades em ter essa assistência”.
O candidato afirmou também que Goiás é um Estado rico, no entanto não possui estrutura para se desenvolver. “Há regiões que foram deixadas de lado, para mim, é um desafio governar o Estado. Mas foi feito um diagnóstico do Estado desde o mês de fevereiro do último ano com toda uma equipe para seguir um plano de metas para o estado”.