Raiva bovina em Goiás: sistema Faeg/Senar/Ifag alerta pecuaristas para cuidados urgentes

Entidade destaca cuidados sanitários, importância da notificação e possíveis reflexos na cadeia pecuária


O Sistema Faeg/Senar/Ifag reforça o estado de atenção após a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) confirmar, no último sábado (06), um caso de raiva bovina em uma propriedade rural de Turvelândia, no Sudoeste goiano. Além do foco positivo, outros dez bovinos da mesma fazenda apresentam suspeita de infecção.

O analista de mercado do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag) e médico veterinário, Marcelo Penha, explica que os registros mostram que a doença continua ativa e exige atenção constante. “Os recentes casos de raiva bovina, confirmados em diferentes regiões de Goiás, incluindo o município de Turvelândia, acendem um sinal de alerta para os produtores, médicos-veterinários e autoridades. Nas últimas semanas, tivemos casos em Turvelândia, em Carmo do Rio Verde, Silvânia e outras regiões onde se encontram morcegos hematófagos.”

Segundo ele, a raiva é causada por um vírus transmitido principalmente pelo morcego hematófago Desmodus rotundus. Penha reforça o risco sanitário: “Os animais que apresentam esse sintoma representam grande risco para os seres humanos, porque essa doença é considerada uma zoonose.”

Nos casos recentes, vários bovinos apresentaram sinais clínicos compatíveis com a doença. “Foram identificados vários bovinos com sintomas neurológicos como incoordenação, baba, o animal deita e depois vem a óbito. A raiva é uma doença sem cura e, uma vez que os sinais clínicos aparecem, o animal invariavelmente evolui para o óbito”, relata.

De acordo com a Agrodefesa, a confirmação da raiva foi possível após análise laboratorial de amostras coletadas do bovino que apresentou sintomas neurológicos e morreu pouco depois. Mortes anteriores na fazenda não puderam ser investigadas por falta de comunicação imediata, situação que reforça a necessidade de notificação rápida sempre que houver suspeita.

Penha orienta que pessoas que lidam com animais suspeitos devem ter cautela. “Toda vez que for trabalhar com animais com esses sintomas, é importante ter cuidado, principalmente com a baba do animal. Não mexer na boca, usar luvas, máscara e buscar pessoas capacitadas, justamente os veterinários da Agrodefesa, para identificar a doença.”

O analista também comenta possíveis fatores que contribuíram para o aumento dos casos. “O aumento desses registros pode estar relacionado à expansão de abrigos de morcegos hematófagos e aos períodos de seca, que favorecem o deslocamento dos morcegos. Agora estamos no início das águas, e isso também provoca mudanças no hábito desses animais.”

Ele alerta ainda para a necessidade de vacinação obrigatória nas áreas afetadas. “Existe uma vacina para essa doença, e em locais onde já ocorreram casos é importante que o produtor vacine seus animais e notifique a Agrodefesa. A confirmação da doença e a identificação geográfica dos focos são essenciais para o controle.”

Penha destaca a importância do monitoramento nas propriedades. “É fundamental observar onde esses morcegos estão, se há cavernas ou abrigos na propriedade ou próximos das cidades, e conversar sempre com os agentes sanitários da Agrodefesa sobre locais mais atingidos.”

O analista de mercado comenta ainda sobre os impactos na cadeia produtiva. “Um surto confirmado gera preocupação no mercado, principalmente pela possibilidade de redução de oferta em algumas regiões e pelo aumento nos custos de manejo e vacinação. Quanto mais rápida for a notificação, menor o impacto sobre o rebanho e a atividade pecuária”, informa.

Ações recomendadas

• Vacinar imediatamente todo o rebanho em propriedades com suspeita ou casos confirmados;

• Reforçar a vacinação em propriedades vizinhas em um raio de até 10 km;

• Observar sinais clínicos, como isolamento, andar cambaleante, salivação excessiva, tremores e paralisia;

• Evitar manipular animais doentes sem equipamentos de proteção;

• Notificar a Agrodefesa imediatamente qualquer morte súbita ou sintomas suspeitos;

• Monitorar abrigos de morcegos hematófagos, transmissores do vírus causador da raiva;

Imagem: divulgação

Comunicação Sistema Faeg/Senar/Ifag

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