Gilmara Roberto
Na última terça-feira (14/4), a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) empossou a nova diretoria da Comissão de Cana-de-Açúcar e Bioenergia em reunião ordinária realizada durante a 14ª Tecnoshow Comigo, em Rio Verde. Joaquim Sardinha recebeu o cargo de presidente de Ênio Fernandes, que agora assume a presidência da Comissão Nacional de Cana de Açúcar na Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Rodolfo Chavaglia (1º vice-presidente) e Paulo Henrique Garcia Cardoso (2º vice-presidente) compõem a diretoria ao lado de Joaquim Sardinha. O novo presidente aposta no apoio ao produtor e na continuidade de projetos anteriores para a sua gestão. “Sou da comissão desde que ela foi fundada e agora vamos dar seguimento ao trabalho que já vem sendo realizado. Nosso maior desafio é criar medidas de proteção ao produtor. Ele precisa ter certeza que não está sozinho e que existem pessoas preocupadas e estruturas preparadas para ajuda-lo a se firmar no negócio”, defendeu Sardinha.
Demandas
Os produtores receberam a nova presidência e debateram demandas do setor durante a reunião da Comissão de Cana-de-açúcar e Bioenergia. A maior discussão girou em torno do cálculo do índice do Açúcar Total Recuperável (ATR), indicador que determina o valor pago pela cana-de-açúcar. Algumas usinas já indicaram que começarão a comprar pelo ATR Relativo, que ajusta a quantificação do ATR real da cana para uma média ao longo de todo o período de moagem da unidade industrial.
Para Odilon de Oliveira Neto, membro da Associação de Fornecedores de Cana (Aprocana), de Quirinópolis, a medida pode reduzir a disponibilidade do produto no mercado. “Como as condições climáticas são diferentes em cada período de safra, quem colhe no início de safra sai beneficiado. Devemos nos mobilizar para manter ATR individual, como já estava mencionado em contratos antigos. Essa medida tende a diminuir a proporção de fornecedores em Quirinópolis e Goiás. Apostamos nas instituições como a Faeg e as associações para reverter essa condição”, declarou Odilon.
Etanol de Milho
Durante a reunião, o diretor comercial da SJC Bionergia, Marcos Escobar, também apresentou aos produtores uma novidade da Usina São Francisco, situada em Quirinópolis: o projeto de fabricação de etanol de milho. “Nosso objetivo é que futuramente a usina trabalhe o ano todo”, declarou o diretor. O projeto prevê que a indústria trabalhe com o milho na entressafra canavieira, período que vai de dezembro a março.
“Acho que é um projeto importante porque abre mais uma janela de negócios para o produtor rural, que terá o milho como opção produtiva. Acredito que irá agregar mais recursos e a região tem bastante área para expandir”, avaliou Odilon de Oliveira.