Laryssa Carvalho
Em meio à crise que tem deixado os brasileiros de cabelo em pé, existe um setor que se destaca com suas potencialidades: o agronegócio. Se no mercado interno a agropecuária dá um show, nas exportações não é diferente. Com isso, a Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), realizou nesta sexta-feira (9), a 7ª edição do Sistema Faeg/Senar Interage que debateu os gargalos que permeiam o mercado de exportações, além de analisar e expor o Plano Nacional de Exportações, anunciado pelo governo federal. Na ocasião foram realizadas também as análises de mercado da soja e do boi gordo.
De acordo com os dados apresentados pelo gerente de Assuntos Técnicos e Econômicos da Faeg, Edson Novaes, de todos os produtos exportados pelo estado, cerca de 77% são provenientes da agropecuária. “Ficou evidente que Goiás tem mais motivos para encher todos ligados ao setor, de orgulho”, destacou.
Ainda segundo Edson, se tratando de inflação, os alimentos têm "segurado o tranco, já que o setor funciona como suporte de controle da inflação e mantém a demanda e oferta equilibradas". Para confirmar o papel fundamental dos alimentos em tempos de crise, ele exemplifica apresentando o poder de compra no passado e no presente. "Há 20 anos, antes da criação do plano real, um salário mínimo comprava aproximadamente, 37 kg de arroz e 37 kg de feijão. Hoje, é possível comprar mais que o dobro da quantia de tempos atrás: 113 kg de arroz e feijão, em média. E o bom e velho pãozinho? Antes, a mesma base salarial comprava em torno de 458 pãezinhos. O número de pães que um salário mínimo compraria hoje sofreu uma mudança significativa: 1499 unidades".
Na terra do pequi
A importância do setor no mercado de exportações foi destacada também pelo vice-presidente institucional da Federação, Bartolomeu Braz. Na ocasião, Braz deixou claro que a agricultura é uma engrenagem que movimenta a máquina econômica e a faz a economia girar a todo vapor. “A agropecuária e o agronegócio contribuem muito a geração de riquezas, ressalta.
Ele destacou que é importante salientar que quando os índices de exportações são positivos, esses números refletem diretamente para os bons resultados no mercado interno. Para Edson Novaes, a regra é clara: "o estado que exporta mais, evidentemente, possui uma economia interna melhor. Goiás tem um potencial de exportação muito grande, mas é claro que temos muito que melhorar. Quando o estado se torna grande exportador, por exemplo, ele necessita de mão de obra qualificada e com isso investe-se mais em qualificação”, explica Edson.
Bratolomeu destaca que a cultura da soja faz seus produtores se orgulharem cada vez mais. Emplacando com quase 53% das exportações nacionais, a cultura é seguida pelo mercado de carne com 30% dos produtos indo parar no “estrangeiro”. Trazendo as exportações para a terra do pequi, o principal consumidor têm sido o mercado Chinês, representando o destino de 31% das exportações totais do estado.
Análises de mercado
Durante o 7º Interage foram realizadas as análises do mercado da soja e do boi gordo. Sobre o último, a consultora técnica da Faeg para área de Pecuária de Corte, Christiane Rossi, apresentou dados que mostram uma redução do rebanho em 0,2% em Goiás. Ainda de acordo com Rossi, o rebanho de suínos também reduziu em Goiás e o de aves teve um aumento de 14%, em 2014. Ambos setores também se favoreceram neste ano com melhoria dos preços ao produtor.
Em torno das expectativas que cercam o mercado da soja, o consultor técnico da Federação para área de Cereais, Fibras e Oleaginosas, Cristiano Palavro, acredita no aumento da área plantada do grão no estado. “Nós da Faeg acreditamos em um aumento próximo dos 3%. De acordo com expectativa da Conab é de 0,9 a 1 %”, explica o consultor. Ainda sobre a cultura, Goiás apresentou a maior alta de mercado, além de estar localizado na região considerada como maior produtora de soja.
7ª Edição do Interage
O programa Interage busca, ir além de repassar de informações e analisar o que acontece no mercado agropecuário, permitir a interação entre aqueles que fazem acontecer, ou seja, todos envolvidos no elo da cadeia produtiva. A 7ª edição da inciativa discutiu os gargalos sobre o mercado de exportações, voltados para o panorama estadual. Quem perdeu, pode acompanhar abaixo:
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