Considerado o principal produtor de açúcar e o segundo produtor de etanol no mundo, o Brasil recebeu, no último dia 7 de maio, a desoneração do PIS-Cofins. O benefício concedido pelo Governo Federal veio junto com a liberação de linhas de crédito para produção e estocagem no valor de R$ 6 bilhões. No total, o ganho dos produtores será de R$ 0,12 e, além disso, eles precisarão aumentar ainda mais a produção. Isto porque o governo anunciou ainda aumento na mistura de etanol na gasolina de 20% para 25% e consequente reflexo na demanda.
A decisão governamental atende uma reclamação dos produtores causada não só pela queda na produção, mas também pelos prejuízos climáticos. Outra reclamação do setor é a de que o álcool estava menos competitivo que a gasolina, cujos impostos já haviam sido reduzidos. No caso do etanol, o preço dos tributos era equivalente a 31%. Durante o anúncio dos benefícios, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o investimento foi realizado para que o setor tenha condições de aumentar a produção. Isto não significa, entretanto, que o preço seja diminuído para o consumidor.
Alexandro Alves, assessor técnico da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de Goiás (Faeg) para área de cana-de-açúcar e bioenergia, afirma que o valor do etanol realmente recuou nos últimos dias, mas atribui o crédito à outro quesito. “Estamos na época da safra, com grande produção e assim, a redução já é algo esperado. O que o consumidor percebe hoje é apenas este benefício. A desoneração ainda não foi repassada”, pontua.