Michele Rabelo com informações do MTE
Diante dos números do Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho, da grande procura por cursos na área rural e do bom desempenho do setor mesmo em tempos de crise, ninguém consegue negar que a agropecuária é a bola da vez. Munido de todas essas informações, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, se reuniu com o ministro o Trabalho e Emprego, Manoel Dias. O encontro ocorreu na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, e serviu para que Schreiner pudesse exaltar o setor, que “vem segurando o Brasil nas costas”.
Segundo o último levantamento do Caged, referente ao mês de julho, a agropecuária se destacou como o único setor que registrou saldo positivo na geração de empregos. Ao todo, foram 24.465 postos, um crescimento de 1,51%. “Agora precisamos manter esse crescimento. Um dos passos para isso é seguir cultivando o estreitamento das relações com o MTE, entidade que possui linhas de créditos para empresas jurídicas e físicas. É por meio destas, e de outras, iniciativas que o pequeno produtor poderá, por exemplo, financiar maquinário que vai complementar a assistência técnica de extensão rural. Assim vamos evoluir e fortalecer o setor produtivo rural”, pontuou Schreiner.
O bom resultado trazido pelo Caged se mantém pelo quarto mês seguido e o melhor coeficiente do período desde 2010. No acumulado do ano, a soma já chega a 7,11%. Nesse cenário, Schreiner, que também é presidente do Conselho Administrativo do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em Goiás (Senar Goiás), destacou a importância da qualificação da mão de obra. “Um dos maiores problemas do setor rural hoje é a falta de mão de obra. Falta gente para empurrar o agronegócio para frente. Nosso papel é capacitar, melhorar a qualidade de vida e aumentar as expectativas do homem do campo”.
Dados que dão gosto de ver
A elevação do emprego na agropecuária foi proveniente, principalmente, pelo desempenho positivo das atividades ligadas ao cultivo da laranja (+7.110 postos) e às atividades de apoio à agricultura (+5.259 postos), cultivo de plantas de lavoura temporárias não especificadas (+4.867 postos) e cultivo de soja (+3.067 postos).
Na outra ponta, o cenário segue ruim. "No conjunto de todos os setores foram perdidos em julho 157.905 postos de trabalho, equivalente ao declínio de 0,39% em relação ao estoque do mês anterior, resultado de 1.397.393 admissões contra 1.555.298 desligamentos. No ano, a redução alcançou 1,20%, correspondendo à perda de 494.386 postos de trabalho", divulgou o Caged em nota.