Na última segunda-feira a energia da fazenda do Mário Bibiano, ficou em meia fase mais uma vez e mais uma vez ele teve prejuízo. O motor da ordenha queimou. A fazenda dele fica em Piracanjuba. Lá são produzidos 5 mil litros de leite por dia. “ O prejuízo do motor é de cerca de mil reais. No mês passado foram quase 4 mil reais, porque o compressor do resfriador da ordenha também queimou ”, Conta Bibiano.
Transtornos como este se repetem a meses em todo o estado. Segundo os produtores, principalmente da região sul e sudoeste de Goiás, a energia acaba com qualquer “ventinho”. Sempre é preciso ligar o gerador e aí a qualidade do leite acaba caindo. Na última terça-feira a Enel, apresentou para a Agência Nacional de Energia Elétrica um plano emergencial para melhorar a qualidade do fornecimento de eletricidade. Isso depois da pressão de várias entidades como Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás-Faeg, que se reuniu várias vezes com representantes da Empresa e protestou na porta da distribuidora, com velas acessas, chamado a atenção para que o serviço melhore. No plano de melhorias apresentado, o foco principal da mudança foi a região sul de Goiás. Um aumento em 60% da capacidade da Central de Atendimento, além de criar um canal exclusivo para os produtores rurais. “ Se isso sair do papel mesmo e logo, vai ajudar demais. Além disso é preciso que uma equipe percorra toda a rede, para avaliar a condição dos cabos, retirar os galhos. Não basta apenas religar a energia” explica o produtor Murilo.
Foi prevista também a construção de 13 novas subestações e a ampliação de outras 18, até 2020. As novas unidades serão instaladas nos municípios de Bela Vista de Goiás, Orizona, Alto Horizonte, Mineiros, Goiânia, Porangatu, Minaçu, Niquelândia, Anápolis, Santa Rita do Araguaia, Formosa e Baliza, e devem beneficiar outros da região.
Até abril de 2019, a quantidade de equipes em campo na região sul do Estado também deve ser 50%, maior. A Enel se comprometeu ainda a instalar de 1,5 mil equipamentos de tele controle até o fim de 2019, outros 1,7 mil em 2020 e ainda a construção de 1,2 mil e 80 quilômetros, rede de média e alta tensão.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), José Mário Schreiner, afirma que, independente das ações apresentadas, o importante é que a população sinta o resultado de forma prática. “Essas medidas já deveriam ter sido executadas para não chegarmos onde estamos", pontua.
José Mário reforça que a Faeg continua a luta para que o plano emergencial proposto pela Enel de fato entre em prática e destaca que o maior termômetro para saber se as melhorias estão acontecendo é o produtor rural.
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Comunicação Sistema Faeg/ Senar