Michelle Rabelo
Plantar, colher e criar é apenas o início da labuta dos produtores rurais de Goiás. Em seguida é hora de transportar pelas rodovias a produção para dentro e para fora do estado. Esse transporte é alvo de inúmeras, e constantes, reclamações por parte dos produtores, que puderam debater o tema no Salão Internacional de Transporte Rodoviário (Fenatran), instalado no Centro de Convenções da capital.
O vice-presidente institucional da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), Bartolomeu Braz, e o superintendente executivo da entidade, Antônio Claudinei Rigonato, participaram do lançamento do evento, que segue até a próxima sexta-feira (17). Na ocasião, temas como a defasagem nos preços dos fretes e o futuro do setor de transporte em Goiás, assim como no Brasil, compuseram a pauta do dia. Para Bartolomeu, o evento é muito importante pois é a chance de o produtor e os representantes do segmento trocarem experiências e terem acesso à novas tecnologias do mercado. "Como grande parte da nossa safra é transportada - na forma natural, semi elabora ou até elaborada - por meio das rodovias, todas as tecnologias novas ganhar ainda mais importância", disse.
Realizada em um momento mais que propício, a Fenatran é um espaço de discussão do mercado do transporte de cargas, que deve fechar o ano no vermelho devido à desaceleração da economia. A situação é agravada ainda pela a falta de mão de obra e pela má condição das rodovias brasileiras. Diante do cenário, a Faeg fez questão de participar já que representa o setor rural de Goiás inserido no Centro-Oeste: região que cresce acima da média nacional devido à forte influência agropecuária e à sua localização estratégica.
Bartolomeu citou ainda como desafio goiano no setor do transporte os altos prejuízos resultantes dos roubos de cargas que ocorrem ao longo das rodovias. Em âmbito nacional, em 2013 um total de 15,2 mil ocorrências do tipo foram registradas, o que resultou em um prejuízo de cerca de R$ 1 bilhão.
A expectativa, segundo a Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística (NTC) – organizadora do evento, é que cerca de 8 mil pessoas passem pelo local até sexta-feira (17).
Investimento = crescimento
“O país precisa facilitar a vida dos empresários investindo cada vez no setor do transporte”, disse Maguito Vilela (PMDB), prefeito de Aparecida de Goiânia, enquanto desejava boas vindas aos presentes no lançamento da Fenatran. Maguito falou ainda sobre o pólo tecnológico do município gerido por ele e da necessidade de se começar a pensar em outros modais de transporte, já que “muitas rodovias ainda precisam ser melhoradas”.
Cerca de 60% da produção brasileira é transportada em caminhões pelas rodovias, cujo estado de conservação ainda é preocupante. Mas nem só de pontos negativos se faz o setor no Brasil: 12% de 1,7 milhão de quilômetros de estradas no Brasil são pavimentados e 60% disto tem boa qualidade.
Representando o governador Marconi Perillo (PSDB), o vice José Éliton (PP), também fez uso da palavra alegando que a gestão do tucano “projeta o estado para frente” no quesito infraestrutura. “Estamos buscando mais conhecimento para entender a nova realidade de Goiás, assim como o novo cenário econômico do estado”.